Os novos bairros do Contorno
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 20 de maio de 1978
Deslanchando as obras de construção do Contorno Sul de Curitiba, previstas para o início efetivo ainda este ano, uma imensa região da área metropolitana será grandemente valorizada. Partindo, em sua primeira etapa, do entroncamento da BR-116 próximo ao Pinheirinho e atingindo a BR-277, na altura do obelisco, no município de São José dos Pinhais, a Contorno vai permitir o desvio do tráfego pesado que se dirige a Paranaguá e praias. No futuro, a Contorno prosseguirá até atingir o município de Quatro Barras, completando assim todo um arco rodoviário, liberando a atual pista dupla da BR-116, que cruza o centro da cidade, de um trafego pesado e cada vez mais problemático.
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O Instituto de Pesquisas e Planejamento Urbano de Curitiba, a estas alturas já deveria estar preocupando-se com estudos referentes a transformação que a Contorno provocará em termos de adensamento populacional em uma nova faixa da cidade atingindo, obviamente, também municípios vizinhos, especialmente São José dos Pinhais e Quatro Barras. O que também exige atenção da Coordenação da Região Metropolitana, dirigida pelo professor Constantino Comninos. Não é preciso ser nenhum gênio em planejamento para imaginar que com a existência de uma moderna rodovia asfaltada, parte da qual em pista dupla, cruzando uma área que até agora, em certos pontos, continua inexplorada ou com loteamentos esparsos, provocará um bom imobiliário.
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A cidade tem se expandido em todos os setores indistintamente. Na região Sul, lado de Piraquara, mesmo com a existência de baixos, ameaçada por enchentes (quando chove, é claro!), foram centenas de loteamentos que surgiram nos últimos anos, muitos dos quais clandestinos. As famílias de menor renda passaram a procurar essa zona da cidade, mas fixando-se, ao menos por enquanto, nos terrenos próximo a antiga estrada do Encanamento, hoje uma rodovia asfaltada. Com a abertura da Contorno, áreas mais distantes, hoje pequenas e médias chácaras, também se transformarão em futuros loteamentos, pois pelo menos duas dezenas de proprietários já manifestaram intenções neste sentido. Fácil prever, então, a demanda de novos serviços luz, saneamento, telefone, segurança pública etc. - que os novos loteamentos exigirão. E, se não houver um efetivo planejamento, adequado a realidade e capaz de ter uma execução a médio prazo, até o final desta década novas áreas problemáticas, em termos de administração pública municipal, terão sido criadas.
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O vereador Everaldo Silva, do MDB, homem que a exemplo de seu colega de bancada, Adhail Sprenger Passos, é um dos que mais se preocupa com os problemas urbanos da cidade, já vem coletando dados a respeito, para futuros pronunciamentos. Afinal, diz a sabedoria popular, mais vale prevenir do que, tentar, remediar.
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