Cleynton, zebra em Brasília
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 26 de março de 1978
A maior zebra policial do Paraná nas últimas eleições, o professor Cleynton Caldeira, 34 anos, que obteve uma surpreendente votação que lhe garantiu um lugar na bancada do MDB na Câmara de Curitiba, poderá repetir o feito, agora para a Câmara Federal. Particularmente, Cleynton preferia disputar a Assembléia Legislativa, mas como o seu padrinho político - e responsável, ao que consta, por sua vitória - o histórico ex-vereador Arlindo Ribas de Oliveira vai disputar, mais uma vez, a Assembléia, ele tem, por dever de lealdade, que tentar o vôo para Brasília. Que exige maior carga de combustível eleitoral. Ou seja, no mínimo 20 mil litros, digo, votos.
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Ao lado de Everaldo Silva e Mário Celso Cunha, Cleynton Caldeira surgiu como uma das promessas de renovação do partido da oposição em Curitiba. Ao contrário de Mário Celso, ativo mas trêfego em suas iniciativas, Cleynton, formado em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Paraná em 1967 e professor no Colégio Estadual Lamenha Lins, tem restringido sua ação a proposições, requerimento e solicitações de interesse comunitário (melhoria de ruas, limpeza urbana, construção de pontes, etc.). Mas agora, promete que vai partir para um esquema mais violento, com denúncias que deverão tirar o sono do alcaide Raiz e de alguns diretores da Prefeitura.
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Além de Cleynton, mais três vereadores emedebistas estão sonhando com uma cadeira em Brasília: Amadeu Geara, Ivan Ribas e Adhail Sprenger Passos, este com maiores chances de vitória. Mas afinal, não custa tentar: se as urnas forem adversas, o lugar na Câmara continua garantido.
A GALERIA DE LOJAS
Paulo Lajos, 57 anos, húngaro de Budapeste, 29 anos de Brasil e 16 de Curitiba, é aquele que se pode classificar de um homem persistente. Vendendo quadros acadêmicos, bem ao gosto da classe média, desde 1962 vinha mambembeando pela cidade, nontando exposições em locais improvisados, cedidos muitas vezes gratuitamente. Simpático e atencioso em seus negócios, sempre manteve-se dentro de uma faixa do nosso mercado artística, jamais pretendendo vôos maiores.
Agora Lajos está comunicando que, finalmente, instalou-se definitivamente: sua galeria de arte Século XX ocupa uma das melhores lojas do Edifico Jaime Canet (Rua Voluntários da Pátria, 233) e em menos de um mês já garantiu negócios que compensam o investimento. Ao lado de artista desconhecidos, de coloridos trabalhos de fácil colocação, Lajos conseguiu também, encontrar um dos melhores trabalhos de Alfredo Andersen, que está tentando, até agora inutilmente, vender ao Estado por nada menos que Cr$ 100 mil. Ao lado de trabalhos de Nizio, Lange de Morretes, Freisleber, Previdi, Helena Wong, Jair Mendes e até um de Amélia D`Assumpção, pioneira das artes plásticas no Paraná.
Estando em artes plásticas, circulando "Acaiaca News", onde Jorge Carlos Sade, continuando sua disposição de luta, mostra uma ironia digna de Mark Twain misturando a Jules Feiffer, dizendo cobras & lagarto de muita gente, Polêmico mas corajoso, Sade, até hoje, sempre saiu vitorioso em suas querelas, mesmo quando ao invés de enfrentar moinhos de vento deparou-se com fumegantes dragões.
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