Concertos para Oboé
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 17 de abril de 1975
"Concertos Italianos Para Oboé do século XVIII" (CBS, 16-214) traz ao Brasil o trabalho do Jean-Claude Malgoire no oboé, com o grupo Le florilegium Musicum de Paris. Francês de Avinhão, 35 anos, Malgoiré estudou no Conservatório de Paris, onde alcançou seu primeiro prêmio de Oboé em 1960 e seu primeiro prêmio de música de câmara. Prêmio internacional de Genebra em 1968. Fez parte da Sociedade dos Concertos do Conservatório antes de ingressar na Orquestra de Paris como solista de corne inglês e oboísta.
Tocando oboé foi solista em numerosos giros de concertos pela Europa. Já há alguns anos, Jean-Claude Malgoire se tornou um dos pesquisadores mais ativos da Biblioteca nacional e graças a estes trabalhos musicológicos (aos quais ele associa suas próprias experiências de musicista) tem sido capaz de realizar programas de concertos e de discos tão diversos como a Idade Média, o Renascimento, Rameau, Luli etc... Mas Jean-Claude Malgoire não é um "erudito" perdido em seus indecifráveis manuscritos: ele pratica a música, ele a faz viver, ele apresenta os instrumentos antigos aos públicos mais diversos, comentas as obras tocadas com a maior simplicidade, em suma ele democratiza a música no sentido mais elevado do termo. Acentua Marc Vignal, que os quatro concertos para oboé gravados neste disco datam do começo do século XVIII, isto é, de uma época em que tanto o gênero concerto quanto o instrumento ao qual o programa rende homenagem estava apenas começando.
A origem do Oboé se perde na noite dos tempos: aulos gregos, que se tornou a tibia romana, zamr egípcio. Especialmente a tibia deu nascimento a toda uma família de instrumentos de sopro. No século XV, apareceu pela primeira vez a palavra hautbois (oboé).
Malgoire selecionou para este disco, concertos de quatro mestres italianos: Alessandro Sarlatti (1671-1725), Benedetto Marcello (1686-1739), Tommaso Albinoni (1671-1750), e Antonio Vivaldi (1675? -1741).
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