O toque clássico com Williams e orquestra
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 09 de novembro de 1985
John Williams é um nome musical. Há o John Williams compositor de trilhas sonoras, regente, premiado com o Oscar e dos mais requisitados por Steven Spielberg e outros cineastas que sabem a importância de um bom compositor.
Há o John Williams violonista, um dos 3 ou 4 maiores nomes deste instrumento atualmente. E é com o recitalista Williams que temos um dos mais bonitos discos do ano: concertos de Bach, Handel e Marcello, nos quais Williams é acompanhado pela Academy Of St. Martin-In-The Fields, sob direção de Kenneth Sellito (CBS).
O próprio Williams lembra na contracapa que a música que gravou neste disco foi originalmente escrita para instrumentos predominantemente melódicos - violino, flauta e oboé - e subseqüentemente transcrita pelos compositores para o órgão e o cravo, com seu caráter mais harmônico.
Ao elaborar agora as transcrições para violão, Williams deparou-se com uma abundância de exemplos autênticos e alternativos, "já que o violão possui, como característica própria, tanto a natureza melódica quanto a harmônica e, assim sendo, a habilidade de transitar livremente por todas as versões originais existentes":
Não surpreendentemente, as escolhas mais difíceis ocorreram no concerto para Violino em Mi Maior, de Bach, também conhecido como Concerto para Cravo em Re Maior - que abre o disco.
De Handel, Williams escolheu o concerto que nasceu como uma sonata para flauta e que, mais tarde, foi transcrita para órgão. Por último, o Concerto para Oboé em Dó Maior, de Alessandro Marcelo - que ficou popular ao ter sido usado, anos atrás, num dos primeiros filmes estrelados pela cearense Florinda Bulcão na Itália: "Anônimo Veneziano".
Transcritas para violão, estes concertos de Bach, Handel e Marcello compõe um magnífico lp. Williams, não é preciso dizer, é um dos maiores virtuoses do mundo. A gravação foi feita entre abril/julho do ano passado, em Londres.
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