No campo de batalha
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 30 de dezembro de 1988
Um bom exercício político: para onde irão os ocupantes dos cargos do primeiro escalão que desde ontem, último dia útil da administração Roberto Requião, deixaram os seus cargos?
Há os que saíram da iniciativa privada e, naturalmente, voltarão para suas funções mais lucrativas nesta área. Há os profissionais liberais, além dos que também serviam em órgãos do Estado. Estes, como o governo é do PMDB, esperam ser bem aproveitados.
Por exemplo, a arquiteta Jussara Valentini, que foi nos últimos 4 anos a toda-poderosa diretora administrativa e financeira da Fundação Cultural/Secretaria da Cultura, é funcionária da Secretaria da Cultura. Ali chegou até a chefiar a Coordenadoria de Patrimônio Histórico e Artístico, naturalmente hoje ocupada por pessoa de confiança do secretário René Dotti.
Como Paulo Cesar Bottas, ex-frei Dominicano, doublê de animador cultural e cantor, já deixou há dois meses a Diretoria de Ação Cultural, ali foi substituído pela Sra. Láscar, Varela. O que não se sabe, ainda, são os nomes que a nova Secretaria da Cultura escolherá para estas duas funções. Há também uma terceira diretoria importante que engloba a Casa da Memória/Casa Romário Martins. Esta é ocupada pela professora Marlene Walbach.
Com apenas 330 exemplares, voltou a circular "Gibiteca", agora em seu número 8 - e assumidamente de "periodicidade irregular" conforme consta do expediente. Uma prova de avanço é a história "A Mulher de Botas", de Edevilson Guilherme e Rubens, com muito erotismo e desenhos de uma sensual mulher nua. Há alguns anos, uma publicação feita por um órgão público que trouxesse tal proposta seria execrada. Como Luis Gil Leão não voltará a urrar na Câmara contra o que considera pornografia, por certo ninguém vai reclamar desta história.
Na mesma publicação, o grupo da "Boca Maldita Comics Productions" (Tako & Edu), que começou publicando no Almanaque dominical, apresenta uma sátira - "Caçadores da Gata Perdida", meio no estilo "Mad".
Falando nisto a UIP já começou a promover internacionalmente "Indiana Jones e última cruzada", título (provisório?) para "Indiana Jones and the last crusade", produção da Lucasfilme, direção, naturalmente, de Steven Spielberg, e que só terá estréia nos EUA em 24 de maio de 1989. No Brasil, deve chegar algumas semanas depois.
Depois de "Os Caçadores da Arca Perdida", Harrison Ford - o herói da série - aparece ao lado da atriz irlandesa Allison Doody. A equipe é basicamente a mesma: o fotógrafo Douglas Slocombe, o montador Michael Kahn, o compositor John Williams e o coordenador de "stunts" (doubles) Vic Armstrong. Os efeitos especiais foram novamente produzidos pela Indústria Light & Magic, de George Lucas. A curiosidade é que neste filme aparecerá o pai de Indiana, o dr. Henry Jones - interpretado por Sean Connery (melhor coadjuvante Oscar-88, por "Os Intocáveis"). Ou seja, o envelhecido 007 junta-se a Indiana Jones para uma nova batalha pela maior bilheteria em 1989.
Uma nova oficial de gabinete na Secretaria da Cultura: Jussara Terezinha Azamour.
Enquanto o Sir-Laboratório de Som e Imagem prepara-se para entrar firme no Norte, com o jovem Marco Tulio Vargas implantando a filial em Londrina, Sebastião Osvaldo Arruda também decidiu investir na área: inaugurou no dia 1º de novembro o Genesys Studio, especializado em gravação e mixagem de fitas e acetatos para discos fonográficos. O poderio do Sir é bem maior: já entra para a produção de vídeos.
Karin Ethel Bachstein, técnica em assuntos culturais, ganhou um presente do Goethe Institut porque sabe falar alemão: a partir do dia 4 participa do curso de Duplicador Cultural - Sprachkurstipendien, em Baden Wurtenberg, na República Federal da Alemanha. Depois de dois meses - o curso só encerra no dia 26 de fevereiro - retorno via Paris/Londres.
LEGENDA FOTO - Harrison Ford e Sean Connery: Indiana Jones junta-se a 007 na última cruzada. Um filme que só em maio estréia nos EUA.
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