Foram poucos os demitidos na Secretaria de Cultura
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 02 de fevereiro de 1989
Na generosidade com que encara as atividades culturais o prefeito Jaime Lerner poupou bastante os quadros da Secretaria Municipal de Curitiba/Fundação Cultural de Curitiba - hoje com 385 funcionários e dos quais apenas 30 foram demitidos. Se não fosse a visão com que o arquiteto Lerner sempre encarou as coisas culturais por certo o setor poderia ter feito um enxugamento maior, mas, considerando o espraiamento das funções nascidas da primitiva FCC hoje para 40 unidades, o quadro sofreu poucos cortes. Aliás, todas as demissões ocorridas na Prefeitura foram precedidas com cautela já que o Ssecretário da Administração, advogado Edson Fischer, que já por duas vezes (nas administrações anteriores de Lerner) ocupou as mesmas funções (só que então como Diretor-Geral do Departamento de Administração) e, com bom senso e equilíbrio, procedeu o enxugamento da máquina burocrática.
Em compensação, em escala federal, dois dos principais organismos do Ministério da Cultura estão em polvorosa desde o dia 15, quando o presidente José Sarney anunicou a demissão de 100 mil funcionários. Tanto a Fundacen - Fundação Nacional de Artes Cênicas como a Funarte - Fundação Nacional de Artes, através das associações de seus funcionários estão concentrando movimentos bem coordenados para mostrar à opinião pública que concretizados os cortes as atividades destas duas fundações praticamente serão paralisadas.
Curiosamente as duas Fundações - que desenvolvem programas nacionais tem, proporcionalmente, menos funcionários que a Secretaria Municipal de Cultura/Fundação Cultural de Curitiba.
A Fundacen tem um total de 317 funcionários (68 a menos do que a Fucucu) que trabalham em vários institutos, centros, escolas, teatros e assessorias. Destes, 217 (quase 70%) serão demitidos se valer a intenção do Presidente Sarney.
Já a Funarte tem 420 funcionários (há dez anos eram 367, o que mostra que - ao contrário do que aconteceu na Fucucu - o inchaço ali não aconteceu) - dos quais 102 (25%) estão ameaçados de serem demitidos.
São números para serem analisados e que merecem reflexões comparativas.
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