Na hora de gravar, seja nacionalista
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 02 de fevereiro de 1989
A salutar disputa da audiência de um público que está se ligando cada vez mais aos bons filmes apresentados pela televisão está provocando um boom na venda de fitas virgens. Afinal, a cada semana surgem excelentes filmes nas diferentes cadeias nacionais de televisão, trazendo não só sucesso recentes - sucessos de bilheteria - mas, principalmente clássicos da sétima arte. Com a chegada dos filmes colorizados por computador a produção anterior a 1950 que era desprezada para os horários nobres começa também a ganhar excelente audiência estimulando suas gravações em vídeo para futuras revisões.
Assim, aquele fato que já assinalamos várias vezes em nossas colunas vem se ampliando: o interesse crescente do público em saber mais sobre cinema - o que se traduz nas tiragens crescentes das revistas de vídeo e cinema, no êxito do "Dicionário de Cineastas", de Rubens Ewald Filho (autor também de uma série de guias de vídeos editados pela Sigla), além do "Vídeo Guia - 1989", que Luciano Ramos coordenou com competência para a Nova Editora.
Mas há o desejo, natural, do espectador que se liga ao cinema em formar sua própria filmoteca, gravando os filmes dos intérpretes, diretores ou mesmo do gênero que aprecia. Para isto é fácil: basta adquirir fitas virgens e se dispor a acompanhar a programação, de preferência eliminando as inserções publicitárias - que numa gravação comprometem a ação dramática do filme.
Há pelo menos uma centena de curitibanos que estão formando verdadeiras cinematecas particulares, as quais mesmo sem chegar ao exagero do ex-reitor Theodocio Atherino - que há anos grava todos os filmes apresentados na televisão (sua coleção preciosa já passa de 7 mil títulos) são significativas.
Um casal de cinéfilos e videomaníacos entusiastas, Geraldo e Patrícia (fone 252-1487) vêm inclusive, prestando assessoria técnica para a gravação de filmes nos casos das pessoas viajarem ou perderem os títulos desejados. E trabalho não lhes tem faltado.
Com o interesse crescente pelas gravações - sem contar os shows musicais, programas esportivos e mesmo humorísticos e capítulos de novelas ou mini-séries - surge a questão: qual a fita mais conviniente para ser utilizada?
De uma coisa, todos estão se convendendo: aquilo que parecia ser o melhor negócio - a compra de fitas para vídeo importadas, contrabandeadas via Puerto Strossner/Assunção, é totalmente desaconselhável. A falsificação é tamanha que mesmo que os vídeos virgens sejam adquiridos nas grandes lojas de Puerto Strossner - que deveriam oferecer maior segurança - apresentam péssimos resultados na hora da utilização.
Comprar dos milhares de camelôs que infestam as ruas da cidade limítrofe a Foz do Iguaçu, então, nem pensar: é perder o dinheiro e trazer as fitas que vão direto para o lixo. Fita confiável só mesmo as importadas nos freeshops dos aeroportos internacionais, mas o que restringe para uma minoria a chance de possuí-las.
Felizmente a concorrência entre os fabricantes nacionais de aparelhos de videocassete e fitas virgens está provocando uma melhoria na qualidade. Para substituir as importadas JVC ou TDK, já há muitas opções - como as da Gradiente, Basf e mesmo Kodak. Entretanto a fita que atualmente vem tendo maior aceitação - e garantindo melhor qualidade de reprodução é a Leader, fabricada em Manaus e utilizando material Agfa, multinacional cujo conceito já é uma garantia. A Plajet, indústria nova e com um bom marketing, está se destacando no mercado graças a este bom produto - aprovado especialmente por profissionais da área de publicidade que após muitos testes definiram-se por sua utilização (só a Exclam adquiriu mais de mil unidades, satisfeita com a qualidade da mesma), razão para fazer o simpático e eficiente representante regional, José Pereira, veterano homem da área fonográfica (Rua Marechal Floriano Peixoto, 16, 8º andar, conjunto 22, fone 232-0059) estampar seu mais dentifrício sorriso.
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