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Aramis

Geléia Geral

Ele começou modestamente. Simples, sem pretensões, pouco a pouco foi fazendo o seu público. E que público! Hoje vende milhões de discos, tem uma fortuna em ascensão mas continua ainda sendo visto com preconceitos pela grande imprensa. O goiano Amado Batista chega ao décimo elepê em uma década de atividades. Iniciou na Continental e hoje é um dos bons de venda da RCA que, naturalmente, dá grande atenção a este produto, cercando de arranjadores que se identificam ao seu repertório - quase todas músicas próprias - como se observa em seu novo elepê. Pode ser brega, mas tem um público que não pode ser desprezado e para um artista que vende como ele nada é negado. Já teve até um filme sobre sua carreira: "Sol Vermelho". xxx O mercado infantil continua em alta, mesmo passada a Semana da Criança. Disco Bandeirantes, com distribuição da Polygram, lançou o segundo volume do Topo Gigio com armações comercio-musicais boladas por Carlos Gallego em torno do ratão italiano que nos anos 70 já roeu muito sucesso Brasil. Uma fórmula simples de faturar. Já o programa que Augusto César Vanucci produz na Bandeirantes, com a turma do ZYB Bom (Aretha, Juliana, Jefferson, Rodrigo, Samantha e Rafael) também ganha um elepê exclusivamente com composições de Daltony Nóbrega. A propósito: Daltony é um ótimo compositor e bom intérprete, fez um elepê há alguns anos mas não emplacou. Então ganha a vida fazendo produções comerciais como este disco descartável. xxx Mais um gatão na linha latino-americana: Chayanne, que com seu primeiro LP, gravado em espanhol e português, lançado em 12 países ultrapassou 600 mil cópias. Porto-riquenho, 22 anos, é mais um produto de marketing que começa a chegar ao Brasil: a CBS lança seu elepê e naturalmente logo estará fazendo shows para as adolescentes leitoras de "Capricho", que se identificam com suas músicas. Aliás, a astuta dupla Michael Sulliva/Massadas não iria deixar passar a ocasião e já tem "peligro de amor" incluída no LP de Chayanne. Mais alguns milhares de dólares em direitos autorais... xxx Um brega que já se foi, mas que sempre é lembrado: Evaldo Braga, o Ídolo Negro. Reunindo seus antigos sucessos, Paulo Debétio produziu "Eu Ainda Amo Vocês" (Polydor), no qual desfilam desde o coro Infantil da Funabem ("A Cruz que Carrego") até a cantora-sexy Sol ("Mentira"), passando por Jerry Adriane ("Te Amo Demais"), Matogrosso e Mathias, Waldick Soriano ("Eu Não Sou Lixo"), Fernando Lelis ("Já Entendi "), Diana ("Só Ouero"). ·
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Música
6
15/11/1987

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