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Aramis

Geléia Geral - Astros cantam Natal para ajudar Etiópia

Lançado há algumas semanas, visando basicamente as festas de Natal, um compacto simples da Polygram merece ainda um destaque pela sua originalidade: "Do They Know It's Christmas" é uma belíssima canção de Natal que transcendeu seus objetivos exclusivamente natalinos e transformou-se em grande sucesso em todas as rádios do mundo e vendendo 1.200.000 cópias em uma semana. Bob Geldorf, líder do Boomtow Rats, um grupo inglês, tomou a iniciativa deste projeto. Junto com Midge Ure, do Ultravox, compuseram a canção e providenciaram para 38 famosos da gravação. Toda a renda obtida com a venda do compacto será revertida em favor da população faminta da Etiópia. Participaram da canção, entre outros grupos, o Bananarama, U-2, Culture Club, Duran Duran, Phil Collins, Paul McCartney, Style Council e Spandau Ballet, entre outros. xxx Raimundo Sodré, cantor e compositor de raízes nordestinas, voltando em um novo compacto simples. Interpreta "Cadê Zé?", parceria com Jorge Portugal e "Pica-pau Brasil", só de Jorge Portugal. Arranjos de Luiz Roberto. xxx Stephane Mills, uma glamorosa morena, em um novo lp ("I've Got the Cure", Casablanca/Polygram), interpreta um repertório da pesada, com incrementados arranjos de George Duke: "Outrageous", "Everslasting Love" e "Rough Trade" entre as faixas mais fortes. Já Demis Roussos, bem mais magro - conforme o regime que fez e pelo qual virou garoto propaganda de uma campanha intensamente divulgada na imprensa brasileira - mostra seu novo visual na capa de "Reflection" (Mercury/Polygram), produzido pelo bem sucedido Vangelis. Demis dá um toque eletrificado a belíssimos standards da música americana como "Smoke Gets in Your Eyes" (Kern/Harbach), "As Times Goes By" (H. Hufeld), "Stand By Me" (M. Stoller/B. King), "Lover Me Tender" (J. Leiber/M. Stoller), "The Great Pretender" (B. Ram) e "Stormy Weather" Arlen/Joehler). A preocupação em intérpretes buscarem repertórios românticos dos anos 30/40 - como fez Linda Rondstadt, num elepê com arranjos de Billy Mayer também Willie Nelson, já em três magníficos álbuns - prova de que apesar de toda a parafernália eletrônica, as boas músicas são aquelas do passado. xxx Ray Connif não deixa por menos: semestralmente faz seu álbum orquestrado, destinado a um público fiel. Só que o seu conceito de arranjador e maestro de bom gosto está seriamente ameaçado se continuar a gravar músicas medíocres como "Vamos a La Playa", "El Africano", "Te Quiero Mas Y Mas", "O Amor é a Moda" etc., como neste seu último lp ("Supersônico", CBS). Para um arranjador que, nos anos 50, embalava romances com seu cromático estilo e que na série "S" chegou a ter até a participação de instrumentistas como o pistonista Billy Butterfield, não deixa de ser melancólica esta decadência sonora.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
25
10/02/1985

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