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Cleuza Prinz Salomão é o que se pode chamar de uma "artista de peso". Pois embora seja magra e elegante - em seu discreto charme de mulher morena e tranqüila - ela trabalha com pesado material - ferro, principalmente, e de sólida e aridas formas usalmente e originalmente destinada a fins industriais recria flores, animais e figuras humanas. Curitibana, passou sua infância e adolescente em 17 diferentes Estados, em função de seu pai, oficial do Exercito. De sua vivência em diferentes cidades, adquiriu uma visão global e aprimorou sua cultura e bom gosto. Pianista formada, trocou a possibilidade de uma boa carreira pela criação em metais: inicialmente trabalhando a execução de jóias e luminárias há seis meses começou a se interessar pela excultura em ferro - técnica que no Paraná só tem dois outros artistas: aqui em Curitiba, o advogado Renato Pedroso e, em Londrina, Renato Good Camargo. Aproveitando as férias de janeiro e fevereiro - é professora de Geografia, Moral & Cívica no Colégio Estadual Manoel Pedro, em Santa Felicidade, Cleuza fez 37 esculturas - desde pequenas peças até grande unidades de 2 metros de altura - estando assim em condições de fazer em breve sua primeira exposição individual. Profundamente espiritualista, formação católica mas hoje freqüentemente a Igreja Jorei - Messianica Mundial, definindo sua filosofia de "Comisca com Dimensão Sideral" - acreditando na vida extra-terrena, Cleuza ao mesmo tempo que faz uma excultura de forma seguras mas, paradoxadamente, suaves (exemplo: as flores) é também uma sensível poeta, com uma influência que vai de Fernando Pessoa a Vinícius de Moraes. Sem duvida muito se poderá escrever a respeito de Cleuza Salomão, poeta e escultura, mulher sensível.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Nenhum
1
15/03/1974

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