Música
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 15 de março de 1974
Criados há quase 20 anos, em Salvador - embora os pernambucanos também reivindiquem suas paternidade - os trios elétricos tiveram no trabalho organizado do grupo Tapajós, uma verdadeira empresa, a chance de se tornaram conhecidas nascionalmente. Há 3 anos, na inauguração de novas lojas da Eletrofio, a Caetanave - uma das três unidades moveis do grupo Tapajós - veio à Guanabara e fez tanta sensação que ali permaneceu por longo tempo. A música de Caetano Velloso ("Atras do Trio Elétrico", 71) ajudou a popularização desta características do carnaval baiano, hoje o mais famoso do Brasil: um grande caminhão, com centenas de alto-falante, dando extraordinária voltagem aos sons de músicas carnavalescas solados em cavaquinho, guitarras e baixos elétricos, além de uma ensurdecedora percussão. No Carnaval de 73, os curitibanos conheceram - e correram atrás - do Trio Elétrico Tapajós, que aqui passou quatro dias, quebrando a tradicional apatia dos curitibanos. Infelizmente, este ano, a Caetanave - nome dado ao mais sofisticado veículo do grupo Tapajós, em homenagem a Caetano Velloso - não voltou, pois seus empresários exigiriam quase Cr$... 100 mil por 3 apresentações. Entretanto, quem gostou, tem oportunidade de ouvir o som do Trio Elétrico, através do 5.o lp, que fazem na Phonogram: Em "Caetanave 2" (Fontana Special, 6470512, fevereiro/74), gravaram nada menos que 18 temas, em sua forma estridente e quase violenta de execução - própria para ambientes abertos, conquistando o público das ruas. E assim neste lp temos uma seleção que vai desde 4 musicas carnavalescas do padrinho Caetano até "Águas de Março" incluindo "trevos baianos", "marchas antigas", "sambas de sucesso" e até um hit internacional ("Forever and Ever"). Enfim, quem gosta de ir atrás do Trio Elétrico pode ir na loja e comprar esta "Caetanave 2".
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