A importância de um concerto
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 19 de março de 1977
Entre muitos outros, um aspecto faz da apresentação de Art Blakey em Curitiba um evento de especial significado: na história do jazz, poucos instrumentistas exerceram uma influência tão grande, em tantos outros músicos, como este norte-americano de 57 anos, 43 de atividades musicais e que há exatamente 29 consegue liderar um extraordinário grupo denominado Jazz Messengers.
Desde 1948, quando com 17 outros músicos, formou a primeira banda dos "Jazz Messengers", Art Blakey nunca mais deixou de ter o seu próprio grupo. Evidentemente, que os mensageiros cresceram ou diminuíram, de acordo com as circunstâncias, mas sempre mantendo-se o espírito "blakeniano". Por exemplo, na década de 50, num período crítico para as grandes bandas, Blakey reduziu o grupo para quinteto, com a participação do pianista Horace Silver, Kenny Dorham (pistão), Hunk Mobley (sax-tenor) e Doug Watkins (baixo). Basicamente é com essa formação, mas outros músicos, evidentemente, que, Balkey encontra-se há uma semana no Brasil: Walter Davis no piano, Joe Gardner no pitom, Dennis Irwin no baixo, Dave Scnitter no sax-tenor e Bob Watson no sax-alto. Ele, uma usina de criatividade sonora, na bateria.
Em quarenta anos de liderança musical, Blakey já tocou com mais de 200 músicos dos mais famosos e gravou dezenas de elepês - embora poucos editados no Brasil (a Phonodisc/ Continental, está lançando um com sua formação de quarteto), além de trilhas sonoras para filmes famosos, como "As Ligações Perigosas" (1959, de Roger Vadim). Entre outros instrumentistas que agora passaram a ser "consumidos" pelos jovens, tiveram em Blakey o seu básico aprendizado: Freddie Hubbard, Donald Bird, Wayne Shorter, Herbie Hancock e Keith Jarrett.
Blakey - que se chama Abdulah Ibn Buhaina, desde que se converteu ao islamismo, é um homem que pode contar muitas histórias sobre o jazz. Afinal começou em 34, como pianista (passou a baterista substituindo um colega que adoeceu), em 39 já tocava com Fletcher Henderson e em 1940 passou a acompanhar uma figura lendária de New Orleans - a pianista Mary Low Willians. De 1944 a 47 tocou com a banda de Billy Eckstine, ao lado de músicos como Charlie Parker, Miles Davis e Dizzy Gillespie.
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