Lembranças de Lacerda
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 25 de maio de 1977
O jornalista Carlos Lacerda, falecido no sábado, em várias visitas que fez a Curitiba, apesar dos multiplos compromissos políticos, quase sempre coordenados pelo então deputado Jorge Cury, um de seus maiores amigos no Paraná, sempre encontrava tempo para ir ao cinema. Há alguns anos, num domingo, ficou 35 minutos na fila que se formava defronte o cine Plaza, para assistir ao polêmico filme "A Religiosa"- fita que chegou a ser proibida na França, devido a intervenção da então Primeira Dama, Sra. Charles De Gaulle, revoltada com o tratamento cinematográfico que o cineasta deu ao clássico romance. Lacerda não tinha conseguido ver o filme em seu lançamento no Rio e assim preferiu ir ao Plaza, como simples espectador, do que participar, naquela noite de mais uma reunião política na mansão do então poderoso Anibal Cury, na época primeiro secretário da assembléia Legislativa
Um dos últimos projetos editoriais de Carlos Lacerda, na Editora Nova Fronteira - que ele transformou numa das mais ativas casas publicadoras do Brasil era, editar, em português, a história de Freud em quadrinhos, a exemplo da que foi lançada na Europa, no ano passado.
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Por falar em quadrinhos, o romance sem ficção "Lúcio Flávio - O Passageiro da Agonia" do escritor maranhense José Lourenzo, a respeito do famoso criminoso do mais alto QI no Brasil, chega ao cinema e as bancas: paralelamente a exibição do filme, sairá à adaptação do romance em quadrinhos, com desenhos de Orestes Oliveira, criador de "Zoca, o Repórter", primeira HQ policial editada no Brasil, publicada em jornais. "Lúcio Flávio, O Passageiro da Agonia", em quadrinhos será lançado pela Editora Carneiro Bastos, dirigida pela jornaslista Yvone Amorim.
FOTO LEGENDA- Louzeiro e Orestes: Lúcio em HQ
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