Maurício mostrou em Goiás novas aventuras da Mônica
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 03 de fevereiro de 1987
Pousada do Rio Quente, fevereiro - num paradisíaco e ecológico santuário que há seis anos vem sendo descoberto pelo turismo interno, foram rodadas belas seqüências com a cantora Tetê Espíndola, mostrando sua bela e original voz - e revelando-se também como atriz - para conduzir o novo projeto cinematográfico dos estúdios Maurício de Souza: "Mônica e a Sereia do Rio" (lançamento nacional no dia 7, em Curitiba sessões entre 10 às 13 horas no Plaza).
Organizando-se cada vez mais em seu império de entretenimento infantil, Maurício de Souza, 51 anos, paulista de Santa Isabel, era apenas um ansioso espectador na noite de sábado, 30, quando na sala de 180 lugares do Hotel Turista da Pousada do Rio Quente, houve a primeira projeção de seu novo filme. Embora acompanhando todas as etapas da produção - primeiro filme brasileiro em som dolby, com mixagem realizada nos estúdios da Warner, em Los Angeles - "Mônica e a Sereia do Rio" não havia sido visto, ainda, finalizado, nem pelo próprio Maurício e seus executivos - como o produtor executivo Luiz Gonzaga Assis de Luca e Garibaldi Luciano Filho, diretor administrativo-financeiro da organização. Walter Hugo Khouri, reconhecido como um dos mais caprichosos cineastas brasileiros e que dirigiu as seqüências ao vivo, confessa que havia aceito participar do projeto entusiasmado pela força da voz de Tetê Espíndola. A intérprete de "Escrito nas Estrelas", ao lado de seu marido, o compositor Arnaldo Black, também estava entre os nervosos (e especiais) espectadores desta primeria sessão.
Ao final, após 55 minutos em que desfilaram as quatro pequenas histórias de Cascão e Cebolinha, os aplausos unânimes confirmaram a aceitação do filme. Especialmente gratificante o entusiasmo das crianças, que, emocionadas, acompanharam a projeção - e que na manhã de domingo, voltariam a lotar as novas sessões desta pré-estréia.
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"Mônica e a Sereia do Rio" dá seqüência ao projeto iniciado no ano passado com "As Novas Aventuras da Turma da Mônica": Estórias curtas, no máximo 10 minutos, para, numa primeira etapa, serem exibidas nas chamadas sessões Zig-Zag, em cinemas de todo o País, nos fins-de-semana, aproveitando os horários ociosos - e que no passado eram ocupados por desenhos de Tom & Jerry e outros cartoons americanos. Entretanto o projeto de Maurício de Souza é bem mais avançado: assim que tiver prontas 52 estórias vai comercializá-las através da televisão existindo, para tanto, já contatos prévios com organizações em vários países.
Hoje, os estúdios Maurício de Souza mantêm contratos de edições de seus personagens com muitos países, enquanto, no Brasil, suas revistas - a partir de janeiro editadas pela Editora do Globo - estão entre as que mais vendem: 2.500.000 exemplares, podendo atingir a 3 milhões em pouco tempo. Só a revista "Mônica", a mais popular de suas criações, vende mais de 800 mil exemplares (só para comparar, "Pato Donald", da Abril, não passa de 80 mil e "Tarzan", da Ebal, mal chega aos 50 mil exemplares).
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Mesmo sabendo dos riscos econômicos que era entrar no campo do cinema, Maurício de Souza decidiu, há 6 anos, investir na área do desenho animado. "As Aventuras da Turma da Mônica", seu primeiro longa-metragem, foi um sucesso de público, mas a produção seguinte, "Mônica e o Robot" lhe trouxe prejuízos. Associado a Renato Aragão, participou de dois projetos com a turma dos "Trapalhões" - "No Reino da Fantasia" e "No Rabo do Foguete", este aliás, com uma mínima parte de seqüências ao vivo.
Estruturando a divisão de cinema - a Black & White - o projeto de realizar estórias curtas deslanchou no ano passado e, de três em três meses, uma nova produção está em exibição. Tanto é que para o final de abril, a tempo de fazer o lançamento no Festival de Cinema Brasileiro de Gramado estará pronto o terceiro filme da série, com as estórias "O Ovo das Flores", "Os Azues", "Quero Entrar" e "Montanha Suja". Para o final do ano, há um projeto mais amplo, cuja realização ainda depende de detalhes finais: "A Estrela de Belém".
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