À meia-noite, um filme para não perder
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 19 de julho de 1980
Hoje à meia-noite, volta a ser exibido no Astor um dos melhores filmes lançados no Brasilem 1979: << Uma Mulher Descasada >> (An Unmarried Woman). Escrito e dirigido por Paul Mazursky, este filme que valeu a Jill Clayugh indicação para melhor atriz pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas (que perdeu para Jane Fonda), mas que lhe garantiu o troféu de melhor atriz em Cannes-78, é um exemplo de tratamento de um tema atual que, direta ou indiretamente, atinge a todos: a falência do matrimônio como instituição.
<< Uma Mulher Descasada >> incluiu-se na categoria dos filmes que, a partir da segunda metade da década passada, passaram a tratar a mulher com extrema dignidade. roteiro de Mazursky chega a ser até cruel na colocação dos personagens masculinos, embora o relacionamento de Érica (Jill) com Saul (Alan Bates) tenha uma visão adulta e sem preconceitos. O tema << mulheres abandonadas >> já foi tratado muitas vezes no cinema, mas nesta realização de Mazursky se buscou uma integração da própria história com a cidade e os ambientes em que circulam os personagens, no caso galerias de arte, o que proporcionar que visualmente o espetáculo se engrandeça com quadros de artistas como Andy Worhol, Robert Bechtle, John Chamberlain, Robert Cottingham, Marilyn Gelfman Pereira, Lila Katzen, John Kacere, Paul Jenkins, Yan Hsia, Tony King e outros nomes importantes das artes visuais nos Estados Unidos. A trilha sonora de Bill Conti é ótima e a fotografia de Arthur Ornitz capta muito bem o clima Nova-Iorque. Uma reprise indispensável para a meia-noite de hoje!
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