Motoristas & Eleições
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 22 de julho de 1976
Depois de ter várias matérias censuradas, a correspondente do semanário "Movimento" em Curitiba, Fátima Murad, está vendo, afinal, sua primeira colaboração impressa: "Equação de uma motorista de táxi", que ocupa uma coluna na página 10 do número que está nas bancas. O tema não é novo - a situação dos motoristas de táxi e, dentro da linha questionadora do jornal, Fátima critica o Sindicato da classe: "Talvez em virtude da inoperância do seu sindicato que - para não fugir à regra - se transformou de canal de reivindicação dos trabalhadores em apenas um segmento do INPS, os motoristas de táxi de Curitiba sujeitam-se ao regime abusivo de trabalho imposto pelos proprietários de táxi. O regime predominante é do empregado de frota que paga ao patrão por quilômetro rodado. Para conseguir algum lucro - que vai se constituir no seu salário o frotista trabalha em média 18 horas diárias quando as leis trabalhistas determinam que o empregado deve trabalhar 8 horas. Uma aberração maior é o regime segundo o qual o motorista trabalha 24 horas ou até 48 horas sem parar e descansa 24 horas. Daí, o consumo generalizado de estimulantes".
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O eleitorado formado pelos motoristas de táxi da Capital, que durante anos teve no pitoresco Aroldi Armstrong sua estrela política de maior luminosidade, é hoje disputado pelo herdeiro de Arns, o ex-presidente do sindicato Oatre Brambila.
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