Mulheres I: pintoras internacionais
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 30 de maio de 1989
Surge mais uma cult painter - ao menos em termos de sofisticação e uma natural promoção: Virgínia Ryan. Uma australiana de 33 anos, bonita e com um curriculum extenso internacionalmente, iniciado há 10 anos, quando fez sua primeira mostra em Camberra e que prosseguiu com exposições no Egito, Itália, Holanda, Irlanda, Estados Unidos e outros países.
Sua primeira individual em Curitiba (Sala Theodoro da Bona, anexa ao Museu de Arte Contemporânea, amanhã, vernissage às 18h30) deverá ser o grande acontecimento social da semana - com cobertura que se estenderá por vários dias, certamente!
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O catálogo da exposição - com o britânico nome de "Chasing Shadows" não poderia ser mais luxuoso: em papel de primeiríssima qualidade, abrindo-se em seis páginas, ilustrado com 8 reproduções a cores (e duas em preto & branco) mostra um pouco de sua bela obra. Dois textos exaltam a arte de Virgínia: a curitibana Nilza Procopiak ("Uma Arte Reescrita") e a italiana Bárbara Rossi (texto de 1986).
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Aurélio Benitez, crítico de "O Estado do Paraná", entusiasmou-se com o nível dos trabalhos de Virgínia: "São dignos de museus", diz, acrescentando:
- "Só que não são facilmente comerciáveis".
No último Salão Paranaense, os trabalhos enviados por Virgínia foram cortados. Obscurantismo do júri? Já no Salão Curitiba Arte V ela ganhou menção honrosa.
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Virgínia Ryan é a esposa do cônsul geral da Itália, Gean Carlo Izzo. Conheceram-se em Camberra, quando o diplomata - hoje com 40 anos - ali servia. Posteriormente viveram no Egito e Itália.
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Também no Museu de Arte Contemporânea expõe outra artista de bagagem internacional: Rose Van Lengen. Mais modesta em seu catálogo, ela mesma é quem assina a apresentação da mostra ("Arqueologia Urbana").
Aos 40 anos, carioca, viveu no México e em Paris, fez exposições no Museu Diego Rivera, na cidade do México, na Califórnia, Nova Iorque e Texas, e, de volta ao Brasil, ilustrou livros, fez novas exposições, tornou-se estrela de performances e integrou o grupo Bio-Arte. Diz ainda que vem se dedicando a divulgação da arquitetura alternativa "e da pesquisa plástica como expressão e redescobrimento da criatividade".
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Pelo visto, o mundo plástico dos salões oficiais é agora das mulheres internacionais em sua arte.
LEGENDA FOTO - Virgínia: exposição sofisticadíssima.
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