A bela arte de Juarez em Paris
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 15 de março de 1987
Waldir Simões de Assis retornou entusiasmado de Paris. Trouxe em sua bagagem nada menos que 20 óleos de Juarez Machado, recém-concluidos e que estão numa exposição com toques nostálgicos e fraternais a ser realizada dentro de algum tempo: "Três Amigos da Geração 60". A idéia é do próprio Juarez que, de seu atelier parisiense, não se esqueceu de seus verdes anos em Curitiba, quando formava com João Osório Brzezinski e Fernando Calderari um trio que se dividida entre a Escola de Música e Belas Artes, "os botecos dos invernos daquela época e a Cocaco - primeira galeria da cidade", como diz o artista, acrescentando:
- Onde estará a velha porta da Cocaco. Gostaria de tê-la em minha casas para sempre!
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Juarez não poderia estar em melhor fase. "Continuo trabalhando neuroticamente" diz, pois "não me livrei dos compromissos no Brasil, exposições em agosto em Brasília e Recife".
Agora, na França, há exposições em abril em Montpellier, e Pont-A-Mousson e Lyon. "Sem falar que em novembro há uma grande mostra aqui em Paris".
A esposa de Juarez, Eliana, freqüenta cursos - que vão de arte a culinária - fazendo as delícias gastronômicas francesas ("Nunca comi tanto doce em minha vida. Estou com saudades d'um ovo frito", diz o artista).
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Residindo num belíssimo apartamento, a poucas quadras do novo Museu Picasso, reconhecido já por vários setores da inteligentzia francesa, Juarez não pára de trabalhar. Desenvolve agora quadros a óleo, belíssimos (cotação a US$ 3 mil), "profundamente identificados com a poesia de Paul Valery, por cuja obra ele se aproximou" conta Waldir Simões. Aliás, um crítico e escritor francês, amigo de Juarez, já escreveu um belo ensaio no qual mostrava relações entre o talento visual de Juarez com a poética de Paul Valery (1871-1945).
LEGENDA FOTO - Juarez: paixão por Valery
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