A ciranda do poder
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 31 de março de 1991
Foi em Paris, durante um dos muitos jantares cinco estrelas, com vinho da melhor safra, no apartamento-estúdio do pintor Juarez Machado - e preparados por sua esposa, Eliete - que o governador eleito Roberto Requião e Maristela, aconselharam-se sobre mudanças nas artes plásticas do Paraná. Como Juarez não iria trocar os US$ 30 mil que fatura (no mínimo) mensalmente na Cidade Luz para vir assumir a direção do Museu de Arte Contemporânea, lembrou o nome de seu maior amigo no Paraná, João Osório Brzezinski, 51 anos, como o nome ideal para dirigir o MAC. Há 12 anos, Requião chamou João Osório em sua residência e o convidou para a direção do MAC. Embora amigo de infância - juntos foram companheiros em tropa de escoteiros - Brzezinski preferiu não aceitar o convite e continuar em sua tranqüila vida de pintor, professor da Escola de Música e Belas Artes do Paraná e assessor do Tribunal de Justiça. Lembrou, entretanto, como um nome que mereceria ser aproveitado o de Edson Busch Machado, 38 anos, irmão de Juarez Machado. Ex-diretor do Museu de Arte de Joinville - sua cidade natal, ex-assessor da (hoje extinta) Secretaria da Cultura em Santa Catarina, Edson aceitou o convite e substitui na próxima semana a professora Maria Cecília Noronha, na direção do MAC.
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Maria Cecília Noronha - que ganhou o apoio unânime da classe artística quando foi lembrada como um dos nomes ideais para suceder a René Dotti na pasta da Cultura - fez uma brilhante administração no Museu da Arte Contemporânea. Sucedendo a crítica Adalice Araújo - num momento de crise - empenhou-se a fundo para solucionar antigos problemas do museu, inclusive em sua reforma física. Relacionadíssima em termos nacionais, organizou um ótimo calendário de atividades e deixa o museu em ótimas condições para continuar a ser uma das melhores unidades culturais oficiais.
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O economista César Ribeiro da Fonseca, que já passou pela direção do Museu da Imagem e do Som, Hospital Maternidade Victor do Amaral e a extinta Promopar, é agora o diretor técnico da Fundação de Ação Social do Paraná, substituindo a Vinícius Oscar Kirchner. Para a direção administrativo-financeira foi Aroldo Monteiro Glob, substituindo Luiz do Amaral.
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Aos 49 anos, ex-monge trapista, ex-assistente de Dom Pedro Cadaldaliga, em Goiás Velho, apaixonado por música gregoriana e também MPB (numa época foi crooner de boates), César foi o produtor-assistente, representando a Fundação Teatro Guaíra, nas trilhas sonoras dos balés "Jogos de Danças" e "O Grande Circo Místico", o que o aproximou de Edu Lobo, seu guru musical e que considera o mais genial e responsável compositor brasileiro. Entre os hobbies de César, um bastante curioso: colecionador de aparelhos de telefone.
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No mesmo dia em que foi nomeado para a Procuradoria Geral do Estado, o advogado Carlos Frederico Marés de Souza foi autorizado pelo seu amigo Requião para viajar ao Exterior. Antes, porém, designou a advogada Maria Marta Renner Weber Lunardon para a direção da Procuradoria.
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A secretária Gilda Poli trouxe para a Cultura, como chefe de gabinete, a professora Elvira Pereira da Silva e Sá, que já exercia funções idênticas na Secretaria da Educação. A atenciosa e competente Célia Regina Polydoro, funcionária da casa e que se revelou como uma das mais capazes na chefia de gabinete do secretário René Dotti - quando o advogado Reinaldo de Almeida César (agora chefe de gabinete do governador Requião) deixou as funções, foi convidada a permanecer como assessora. O que foi bem recebido pela classe artística, que sempre viu com simpatia o seu bom trabalho.
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A diretora geral da Secretaria da Cultura acabou sendo a advogada Vera Maria Haj Mussi Augusto, que as correntes feministas desejavam ver como titular da pasta. Irmã do advogado Luiz Haj Mussi - advogado da Petrobrás e que foi secretário de Segurança Pública no governo José Richa, Vera Mussi é considerada uma mulher decidida, de forte personalidade - e que já começou a modificar o ritmo de trabalho na pasta da Cultura.
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No mesmo dia (18) em que nomeava Nestor Celso Inthon Bueno para a direção geral da Secretaria da Fazenda, Heron Arzua escolhia Sérgio Sidnei Pereira para a chefia de gabinete e entre dezenas de outras alterações colocava José Geraldo Barcelos na Coordenadoria de Auditoria e Análise de Custos.
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Continua a sucessão de nomeações na ciranda dos gabinetes: Hamilton Soares Canfield foi escolhido pelo secretário da Segurança Pública, José Moacir Favetti.
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Na Secretaria da Saúde, o diretor geral é Mauro Daisson Otero Goulart. O secretário Djalma de Almeida César, do Trabalho e Ação Social, escolheu um de seus homens de confiança: Paulo Ricardo Lopes de Souza para a chefia do gabinete.
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O secretário especial do Meio Ambiente, ex-deputado José Tadeu Bento França, que está respondendo pela superintendência da Surehma, começa a estudar uma série de projetos na área ecológica que devem dar destaque nacional a sua pasta. "Afinal, ecologia não deve ficar apenas como o marketing político do prefeito Jaime Lerner e de seu escudeiro (e candidato a sucessão municipal) Rafael Greca de Macedo", segundo pensa a assessoria do pedetista dissidente.
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Carlos Arthur Kruger Passos nomeou Fernando Schaunberg para a direção geral da Secretaria do Planejamento e Coordenação Geral.
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O ex-prefeito e ex-deputado Maurício Fruet, agora secretário da Indústria e Comércio, convocou um velho amigo, Nildo José Lubeke, para ser o diretor geral da pasta que voltou a ser criada. Aliás, é a terceira vez que se cria a Secretaria da Indústria e Comércio - que, em governos anteriores, teve fases diversas.
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Para a chefia de seu gabinete, Maurício Fruet escolheu Ozir Ramiro de Assis.
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Mauro Sérgio Traudzinski Rocha é o novo diretor geral da Casa Civil da Governadoria. Antes, ocupava a assessoria - com o mesmo símbolo (DAS-5) na Secretaria do Desenvolvimento Urbano e do Meio Ambiente.
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Para chefiar o gabinete do vice-governador, foi escolhido pelo deputado (e secretário dos Transportes) Mário Pereira, o Sr. Luiz Alberto Pinto de Carvalho.
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O advogado Luiz Gastão Alencar Franco de Carvalho levou para a direção geral da Secretaria da Administração o Sr. Erichson Diotalevi. O jornalista Luiz Gonzaga, que chefiava o seu gabinete no Tribunal de Justiça, deve ocupar função importante agora no Estado. Para a chefia de gabinete foi a Sra. Nidia Farina Lamy e para dirigir o Departamento Estadual de Transporte Oficial foi escolhido Alcebíades Spréa, que substituiu a Francisco Carlos Pineda Lopes.
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