Os terrenos dos inflamáveis
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 03 de julho de 1977
Até agora os empresários do setor imobiliário ainda não abriram os olhos para uma excelente área que, no máximo até o final da década, estará totalmente liberada, próxima ao centro e altamente valorizada: o setor de inflamáveis da Vila Parolim. Praticamente as grandes empresas distribuidoras de combustíveis já transferiram seus reservatórios para o novo setor de inflamáveis, no Pinheiriho, próximo [à] Cidade Industrial e assim, pouco a pouco, começarão a se desfazerem das áreas que ali possuem, há várias décadas.
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Quando as distribuidoras de combustível se fixaram naquela zona da cidade - no ciclo dos anos 40 - Curitiba, em termos urbanos não passava do chamado "Asilo" - hospital psiquiátrico N. S. Da Luz. A cidade cresceu em volta dos inflamáveis, que durante anos foram uma espécie de barril de pólvora, em uma zona de alta densidade de habitantes. Agora, finalmente, a questão foi solucionada e uma área ampla será liberada - havendo por parte da maioria das empresas interesse em vender os terrenos.
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A Esso, por exemplo, já com seus tanques no novo parque de combustíveis, segundo o sr. Jorge Curi, gerente regional, tão logo complete o processo de liberação da área, colocará a venda o imóvel, já que o negócio é exclusivamente na área do combustível. Como ela, as outras distribuidoras também não têm maior interesse em manter os terrenos - o que fará com que grupos imobiliários da cidade comecem, em breve, a movimentar-se para levantar os muitos milhões necessários para transação.
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Saindo os inflamáveis e com novo aproveitamento do setor, desaparecerá também a [última] das zonas boêmias, da "barra pesada" da cidade, hoje espalhada em várias casas ao longo e uma das ruas - entre os antigos tanques de gasolina e óleo Diesel.
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