Login do usuário

Aramis

Mundo Musical

Pouquíssimas pessoas sabem que o trombonista Candinho (Cândido Pereira de Oliveira, 30/1/1879 - 12/12/1960) deixou em sua numerosa, mas tão pouco conhecida obra, um belíssimo choro intitulado "Curitibana". E esta música foi uma das doze selecionadas pelo produtor (e compositor) Elton Medeiros para o lp "Candinho na Interpretação de Nelsinho", realizado pelo Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro, que ontem à noite, teve seu lançamento oficial no Rio. Candinho é um dos compositores de choros cujo estilo, na opinião dos especialistas, é dos complicados e de difícil execução, com uma harmonia muito elaborada e de rara beleza. E esta dificuldade é que tem feito sua obra permanecer pouco conhecida o que torna muito importante a iniciativa do MIS-RJ em editar um elepê com suas obras, lançando simultaneamente a "Bomfiglio de Oliveira Interpretada por Copinha e seu conjunto", onde o conhecido flautista Nicolino Coppia, mais o seu excelente grupo - Rafael Rebello, 17 anos, violão de 7 cordas; Dininho, baixo; Jonas, cavaquinho; José Xavier, bandolim; Hércules, baterista; Chaplim, pandeiro; exe-Manoel Araújo, trombone; Biju, sax-tenor e o próprio Copinha, na flauta e clarinete, executam choros de Bonfiglio de Oliveira (1894-1940), também um autor pouco conhecido. Aliás, Copinha tem vindo constantemente a Curitiba - pois aqui reside seu filho, o administrador de empresas (e pintor bissexto) Rubens Coppia, [executivo] de uma empresa de gás engarrafado, e desde que a Fundação Cultural mostre interesse, ele terá a maior alegria em mostrar, ao vivo, no Paiol, as músicas de Bonfiglio de Oliveira registradas no elepê do MIS-RJ. xxx Uma das boas [conseqüências] da vinda do produtor e compositor Hermínio Bello de Carvalho, assessor de projetos especiais da FUNARTE - e que aqui esteve no fim de semana, representando a diretoria da Fundação Nacional de Artes no lançamento do Projeto Acorde, foi a entrevista que manteve com o secretário Luís Roberto Soares, da Cultura e Esportes, da qual surgiu o protocolo de intenção para que sejam instalados pontos de vendas das edições da FUNARTE, em Curitiba - inicialmente numa ,lusa ao lado dos Museus de Arte Contemporânea/da Imagem e do Som, posteriormente na Biblioteca Pública. A FUNARTE já editou mais de 70 títulos entre monografias, livros, folhetos, paralelamente a produção de mas de cem discos, entre reedições de obras clássicas, tanto do repertório popular como erudito, além de lançamento de novos artistas, em compactos duplos, pelo Projeto Vitrine. Uma das últimas séries foi "Brazilian Popular Music", com álbuns reunindo obras de nossos melhores autores e intérpretes, capas criadas por excelentes artistas gráficos - incluindo uma delas com Juarez Machado - que estão sendo distribuídos no Exterior. xxx Falando em música, amanhã à noite, no Disco Flash Clube, finalmente haverá o lançamento do lp "Fêmea Brasileira", com Lady Zu - cantora morena e sensual que a Polygram pretende transformar numa espécie de Donna Summer tupiniquim. Com "A Noite vai Chegar" (Paulinho Camargo), Lady Zu vendeu tantos discos que mereceu um tratamento especial agora, em seu segundo elepê, onde inclui, no ritmo discotheque, composições de Ary Barroso/Luís Iglesias ("Boneca de Piche"), Chico Buarque ("A Banda"), entre outros autores mais conceituados. Para dar a festa de lançamento do lp um tratamento especial, o próprio presidente da Polygram no Brasil, sr. Antonio Coelho Ribeiro, estará amanhã na cidade.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Tablóide
4
08/05/1979

Enviar novo comentário

O conteúdo deste campo é privado não será exibido publicamente.
CAPTCHA
Esta questão é para verificar se você é um humano e para prevenir dos spams automáticos.
Image CAPTCHA
Digite os caracteres que aparecem na imagem.
© 1996-2016. tabloide digital - 35 anos de jornalismo sob a ótica de Aramis Millarch - Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por Altermedia.com.br