No campo de batalha
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 07 de fevereiro de 1987
Enquanto nem o Sindicato dos Radialistas, nem as emissoras de Curitiba nas quais Azor Silva deu sua grande contribuição profissional, lembraram-se até agora de homenageá-lo, uma modesta Escola de Samba - a Zebra no Batuk - criou o troféu Azor Silva, entregue na noite de sexta-feira, 6, ao autor do vencedor do samba-de-enredo com o qual a Escola sairá este ano. Azor Silva morreu no dia 12 de janeiro último.
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Embora catarinense de Florianópolis, Ilmar Carvalho, 60 anos - a serem completados no próximo dia 20, 45 de imprensa, tem profundas ligações com o Paraná. Assim, aceitou o convite de Luiz Menghim, editor de "A Notícia", de Ponta Grossa, para editar uma página dominical, sobre música brasileira.
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Ricardo MacDonald, 35 anos, advogado da turma de 1975 da Universidade Federal, novo administrador da Freguesia da Matriz, jura que não é candidato a vereador, "nem a qualquer outro cargo, com exceção da função de secretário-geral da ONU". Em compensação, tem 13 projetos para implantar no centro da cidade, alguns polêmicos, outros há muito necessários.
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Um dos "abacaxis" que MacDonald, ex-chefe de gabinete do ex-prefeito Maurício Fruet, terá que descascar (que lhe deixará espinhos em sua imagem política) é o despejo de pelo menos 16 dos 18 comerciantes que ocupam lojas na antiga estação rodoviária. Para que a Prefeitura possa realizar obras naquele local, os comerciantes tem que sair e há justificativa: eles ficarão furiosos, mas milhares de pessoas que ali [utilizam] ônibus da região metropolitana, todos os dias, serão beneficiadas.
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Mais um argumento: já por duas vezes a Prefeitura adiou o prazo para os comerciantes deixarem seus pontos e, em ambas as vezes, os mesmos não cumpriram.
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MacDonald garante que 12 dos 28 comerciantes já concordaram em sair. Os outros vão brigar muito e, estes, por certo não votarão em Roberto Requião para governador do Paraná em 1990.
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Criador do troféu Tribunascope, que em 6 edições movimentou Curitiba nos anos 60, o jornalista Júlio Neto preocupou-se, com razão, de que a lage de cimento, com reproduções das palmas de artistas estrangeiros e brasileiros, defronte o cine Vitória, fosse destruída. Assim, procurou o secretário Fernando Miranda, da Indústria e Comércio, que lhe prometeu a preservação daquela lage, que hoje faz parte da história de nossa cinematografia.
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Como já registramos, em 13 de abril de 1964, ali deixaram as marcas de suas mãos, os artistas Karl Malden, Janet Leigh e Tony Perkins, vindos de Punta Del Este. Em 1965, foi a vez de Statis Ghianellis (que Elia Kazan lançou em "Terra do Sonho Distante/América, América"), as starletts Nancy Kovacks e Mary Welles e o galã Troy Donahue (todos hoje esquecidos), também moldaram sua passagem. Outros artistas também registraram da mesma forma sua entrada no cine Vitória, hoje uma triste lembrança de um passado glorioso.
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Curiosidade: há até a mão de uma curitibana, Julcimara, que na época buscava fazer carreira mas que em termos de cinema não passou dos lençóis brancos de alguns cineastas.
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Fernando Miranda prometeu que a lage não será destruída. E poderá, inclusive, ser colocada em lugar nobre dentro do centro de convenções. Outra hipótese é sua doação à Secretaria da Cultura, para servir de objeto de decoração ao jardim lateral do Teatro Guaíra.
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Neste domingo, na Cinemateca, exibição de "A Visita do Velho Senhor", média-metragem de Ozualdo Candeias, rodado em Curitiba, a partir de um conto gráfico de Poty Lazarotto. José Maria Santos interpreta o personagem-título.
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A propósito, como parte prática do curso que orienta para jovens candidatos a cineastas, Candeias roda um curta-metragem, argumento de Valêncio Xavier e título provisório de "A Greve".
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A bela Brigitte Brotter, catarinense de quilometragem curitibana, hoje radicada em São Paulo, divide com Joel de Oliveira, o comercial da Maxi-Massas, produção da MPM, já sendo veiculada na televisão.
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Enquanto na Cinemateca acontece a retrospectiva dos médias e longas de Ozualdo Candeias (amanhã, "Festa na Boca" e "Manelão, o Caçador de Orelhas"), no Groff, em exibição normal, seu penúltimo longa, "A Opção", rodado entre 1980/81, inclusive com seqüências feitas no Paraná. Um drama forte, sem meias imagens, mostrando a prostituição rodoviária.
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