As nossas vacinas (II)
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 01 de janeiro de 1975
Para conseguir fabricar a vacina contra a meningite, tipos "A" e "C" numa mesma dose, o médico Edgar Barbosa Ribas investiu de seus próprios recursos, quase Cr$ 300 mil, importou aparelhos e dedicou-se em tempo integral ao projeto, junto com sua pequena mas dedicada equipe - os bioquímicos Edemarques Baggio, José Vicente Bobato e Emiko Hirono, conseguindo, neste final de ano, aprontar as primeiras unidades - já testadas com pleno êxito. Hoje, à tarde, Edgar viaja para Washington, onde além de agradecer, por sua ajuda, o cientista Malcon S. Artenstein, chief of Department of Bacterial Diseases do Walter Reed Hospital e que descobriu esta vacina, em 1969, participará também de três mesas redondas com aquela equipe. Mas Edgar faz questão de salientar que não vai buscar aprovação para a vacina que conseguiu fabricar em Curitiba, pois esta terá que ser dada pelo Departamento Nacional de Fiscalização da Medicina, ao qual por sinal, já submeteu seu trabalho - e que tão logo aprove, permitirá a produção em escala regular (inicialmente 150 mil doses por semana mas com condições de duplicar este número bimensalmente). A fabricação da vacina contra a meningite, explica Edgar, tem como matéria prima o próprio germe transmissor da moléstia o Meningococo, e para obter o Polisancardius, substância extraída do germe, há necessidade de seu cultivo em grande volume, pois de 60 litros desta cultura é extraído 6 gramas do Polisancardius, suficiente para 120 mil doses de vacinas. Um curso sobre fabricação de vacinas em grande quantidade, que Edgar freqüentou em 1972, no Rijks Institut, em Bilthoven, Holanda, lhe deu preciosos conhecimentos para desenvolver o projeto agora concluído, em sua primeira etapa.
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