O bando
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 24 de janeiro de 1970
Para entender "O Bando" é preciso compreender os Beatles e os Rolling Stones. O que aqueles dois grupos vocais-instrumentais fazem internacionalmente, é repetido, em escola subdesenvolvida, por estes seis jovens que aparecem agora em seu primeiro álbum (Polydor LPGN 44.043). Uma definição para "O Bando" é esta: "Excelente".
Pouca gente notou "O Bando" por ocasiõ do IV Festival Internacional da Canção, defendendo a música "Longe do Tempo" de Danilo Caymmi e João Carlos Pádua, por sinal incluída no disco (faixa 6, lado 2). Carlos dantas, disc-review do "Correio da Manhã", foi um dos primeiros críticos brasileiros a lembrar que "em matéria de conjunto moderno êle está na frente de qualquer outro no Brasil". E não faz nenhum apêlo à gritaria, à agressividade, demonstrando considerável avanço no gênero chamado jovem. Dionenes, Marica, América, Dudu, Emílio, Paulinho e Rodolpho, amparados em arranjos de Rogério Duprat ("... E Assim Falava Mefistófeles", de O Bando e "Longe do Tempo"), Daminiano Gozzela ("Quem Sabe" de Carlos Gomes, e a nova dimensão dada a "Alegria, Alegria", de Caetano Velloso, (uma das 10 melhores músicas já surgidas no Brasil) e "Disparada" confirmam o alto gabarito deste grupo inovador, sério e importante para a MPB nesta década que inicia. O próprio "O Bando" fez os arranjos de cinco faixas: "Fossa Bobóca" de Sérgio Szelwar e Carlos Lee, "Que Maravilha" de Jorge Bem e Toquinho, "Vou Buscar Você" de Hermes Aquino e Laís Marques, "Sala de Espera" (idem), "Pela Rua da Praia" (Laís Marques) e "Esmagando Sua Sorte" de Hermes Aquino, uma das músicas mais criativas que ouvimos nos últimos meses.
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