O teatro de Quorpo Santo
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 28 de maio de 1977
A encenação de "Mateus e Mateusa" (miniauditório Glauco Flores de Sá Brito, hoje e amanhã, 21 horas) pelos alunos do Curso Permanente de Teatro da FTG é uma possibilidade única de conhecer o texto de um dos mais fascinantes autores brasileiros, o gaucho Quorpo Santo (José Joaquim de Campos Leão), poeta, jornalista e anarquista, considerando louco e que foi perseguido pelas autoridades imperiais, no final do século passado. A obra de Quorpo Santo foi redescoberta pelo professor Guilhermino Cesar e a primeira montagem de uma de suas peças ocorreu em 1969, quando a Escola de Teatro de Porto Alegre encenou "Relações Naturais". Em Curitiba, um dos maiores entusiastas pelo teatro de Quorpo Santo é Gilberto Bastos, professor de interpretação do CPT e que, no ano passado, já montou outra de suas peças, "Eu Sou Vida Não Sou Morte". Agora, iniciando um novo ciclo de atividades do TCP, "Mateus e Mateusa" será encenado, todos os fins-de-semana, sempre às 21 horas, no miniauditório Glauco Flores de Sá Brito (entrada pela Rua Amintas de Barros), até o final de junho. Gilberto Bastos compara o teatro de Quorpo Santo a certos nomes da MPB: durante muitas décadas ficou totalmente esquecido, marginalizado, só agora sendo lembrado e valorizado em toda a sua extensão. Um espetáculo não comercial, culturalmente de grande significado e que merece ser prestigiado pelo público que realmente se interessa em conhecer o nosso teatro.
FOTO LEGENDA- Gilberto Bastos
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