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Aramis

Os números certos do povo do Paraná

Antecipando-se ao IBGE - que inicia em breve o recenseamento nacional - uma equipe de estatística e pesquisadores montou alguns dados previsíveis sobre a população do Paraná, para enriquecer um didático volume que a Secretaria de Comunicação Social vai distribuir aos 1.300 jornalistas que acompanharão o Papa Paulo 11, nos dias 5 e 6 de julho, em Curitiba. Os números procuram especialmente a evolução das imigrações e migrações - tema da harmonia que o Papa abordará em sua missa no Centro Cívico, na manhã do dia 6. xxx Os dados levantados - e colocados de uma forma didática - são bastante interessantes, pois embora muitos o conheçam, sempre é interessante refrescar a memória. Talvez o que permita maiores reflexões é que hoje, dos 10.326.000 habitantes do Paraná, mais da metade são menores de 19 anos: 5.253.000. Ou seja, mais de 50% da população do Estado está praticamente a espera de opções e soluções para o seu futuro, o que aumenta a responsabilidade dos atuais donos do poder. Em 30 anos (1950-80), a população escolarizada subiu bastante - mas ainda assim com brechas: de 372.914 nas escolas do 1.º grau em 1950 atingimos hoje 1.531.661. Mas a pirâmide cai de forma violentíssima já no 2.º grau (6.070 em 1950/159.460 em 80) e, mais ainda, no 3.º grau (2.688 em 1950/62.229 no 3.º grau). Há 14.101 escolas primárias e existem 71.689 professores dos cursos primários e secundários. xxx A colonização do << Brasil Diferente >> - como classificou Wilson Martins o Estado do Paraná - teve a sua primeira leva de imigrantes em 1816: Açorianos que, entretanto não fixaram. Foi de alemão o primeiro grupo a se estabelecer em território paranaense. O ano era de 1828. Nessa época, a população residente na então V Comarca de São Paulo era estimada em 30 mil pessoas. A partir daí intensificou-se o processo imigratório: de 1828 a 1928 entraram no Paraná 130 mil estrangeiros. Nestes 100 anos a população passou de 35 para 685 mil habitantes. Em 1900, da população de 327.136 habitantes, 13,6% eram imigrantes estrangeiros. Essa porcentagem caiu em 1920 para 9,3% dos 685.711 habitantes. Dos 60 mil imigrantes, 49,3 eram de origem polonesa, 14,1% de ucranianos e 13,3% de alemães. No pós-guerra novamente intensificou-se o fluxo imigratório. Em 1950 integravam a população paranaense 65,5 mil estrangeiros. Em 1960, esse número subiu para 85,8 mil. Em 1970 havia 64,2 mil estrangeiros e 26.307 naturalizados. Hoje praticamente todas as étnias estão presentes na população paranaense, integrando-se a comunidade estadual, e números estimados, 400 mil descendentes de polonês, 300 mil de alemães, 200 mil de ucranianos, 150 mil japoneses. xxx Outro aspecto que o folheto vai destacar é o das migrações internas. A partir de 1928, a expansão da cafeicultura fez com que levas de migrantes, oriundos de todos os pontos do País, fizeram com que o Paraná apresentasse as mais altas taxas de incremento demográfico, especialmente nas décadas de 40 e de 50 quando sua população dobrou a cada decênio. Em 1950, dos 2.095.537 habitantes, 33% eram oriundos de outros estados e 3.6% constituídos de estrangeiros ou naturalizados. Em 1960 a participação de naturais de outros Estados na população estadual subiu para 40%, estando presente 2,5% de estrangeiros e naturalizados. A partir dos anos 60 o ritmo de crescimento populacional reduziu-se para a média anual de 5% contra 7,3% na década anterior. Do aumento de 2.835.614 habitantes de 60 a 79,2% é de não-naturais do Estado, correspondendo a 780 mil pessoas entradas no Paraná. Na década de 70 ainda continuou o fluxo de correntes migratório, principalmente originárias do Sul do País, para a colonização do Oeste paranaense. Nessa região, entre 70 e 80 a população cresceu de 757 mil para 1 milhão e 480 mil habitantes, com a rápida ocupação do território e sua colonização. xxx Hoje, dos 10.326.000 habitantes, 3.060.000são de outros Estados, com os seguintes números (aproximados): 800.000 paulistas, 550 mil mineiros, 640 mil gaúchos, 350 mil catarinenses, 90 mil pernambucanos, 420.000 de outros Estados. Há 30 anos passados, os números eram os seguintes: 352.471 paulistas, 156.858 mineiros, 35.701 gaúchos, 63.162 catarinenses, 18.674 baianos e 5.745pernambucanos - e mais 130.872 de outros Estados. xxx A urbanização da população é um fato: em 1950, dos 2.115.000 habitantes, apenas 528.750 habitavam as cidades. Hoje, dos 10.300.000, 4.582.800 estão nas cidades. De 416.304 domicílios recenseados em 1950 houve um salto para 1.850.000 em 1980.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
1
12/06/1980

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