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Aramis

Os "operários" e sua confraria

Em atenciosa correspondência a Paulo José Costa, funcionário do Banco do Brasil e grande colecionador e estudioso de música clássica, nos envia alguns esclarescimentos em relação a comentário aqui publicado, há algumas semanas, sobre o grupo, não oficial mas de grande atividade, de cultores de ópera e música clássica. Assim, Costa começa nos esclarescendo que "os fundadores do grupo que se reúne a cada 15 dias para discussão e audição de música erudita são Glicério Rodrigues Palma, Gerson Cleto e João Maria Vieira, que, em 1983, se reuniram pela primeira vez e traçaram os rumos da confraria". Guido Borgomanero, ex-cônsul da Itália, "pessoa gentilíssima e importantíssima para o grupo", não é, entretanto, quem coordena o calendário das reuniões, "organizado anualmente em discussão ampla e aberta". Do grupo - além dos nomes citados em nosso comentário ("Curitiba e seus operários sonoros") fazem parte também o médico Tasso Severo Baptista e o engenheiro Jacob Kulish, "talvez o maior entusiasta e defensor de nossas atividades" - como diz Paulo José Costa, referindo-se ao conhecido "Jacob" - por anos uma espécie de "diretor sem pasta" da hoje desativada Orquestra Sinfônica da Universidade Federal do Paraná. "O grupo não se dedica apenas à ópera e sim a todos os gêneros da chamada música erudita, isto é, cantatas, concertos, oratórios, sonatas, sinfonias, etc., de todos os tempos e países, não se limitando, como é comum em outros grupos, a ouvir ópera italiana. Só para ilustrar, na agenda deste ano constaram entre outros os seguintes assuntos: Carl Orff; A Flauta Mágica, de Mozart; o maestro Wilhelm Furtwangler; Jascha Heifetz, música latino-americana e Leonard Bernstein" - esclarece o nosso leitor. xxx Paulo José da Costa destaca também o trabalho que o agrônomo e colecionador Oswaldo Aranha Sobrinho, como pioneiro da produção dos programas de música clássica na Estadual do Paraná vem fazendo "pelo menos nos últimos anos de obscurantismo cultural". Reconhecendo o meritório esforço que outro idealista, José Vasconcelos Falcão, faz também na Rádio Estadual do Paraná, Paulo José Costa salienta que "foi o Aranha que, nos últimos anos, produziu, gravou, escreveu e pesquisou e só não apresentou porque sua voz não é apropriada, um programa que já é famoso, de música, instrumental, às quintas-feiras ("Os Grandes Intérpretes da Música"). Agora, com generoso patrocínio da Secretaria de Cultura - que já vem auxiliando as produção de José Falcão - pela primeira vez os programas de Aranha serão remunerados em sua produção e graças a isto está preparando uma série documentando os grandes eventos musicais ocorridos no Paraná. Já no próximo dia 10 de setembro, primeiro aniversário de falecimento de Humberto Lavalle, cantor lírico na juventude, radialista e, sobretudo, um apaixonado pelo bel-canto, haverá um programa especial em sua memória.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
3
02/09/1988

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