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Roy Rogers, 80 anos, chega às locadoras com nostalgia

Com toda razão, um dos orgulhos do bravo Jorge de Souza, idealizador, fundador e presidente do Cine Clube Anibal Requião, é a coleção de bang-bang dos anos de ouro da Republic que, a custa de muitos esforços - e recursos próprios e de seus velhos amigos - conseguiu formar. São velhos filmes em 16mm e, nos últimos anos, cópias de vídeo, obtidas de várias fontes, que reúnem aquelas aventuras de cowboys como Hopalong Cassidy, Buck Jones, Tom Mix entre tantos outros pioneiros do cinema de ação, em imagens em preto e branco, geralmente em filmes de duas ou três bobinas, que faziam o encanto das crianças e adolescentes nos anos 20 a 40. Hoje, sexagenários e até octogenários cidadãos, que há muito desiludiram-se com os novos rumos do cinema cultuam os fragmentos do passado, revendo em sessões em que encontram velhos amigos - e também apaixonados pelo gênero - aqueles momentos da juventude. Em São Paulo, existe um organizado "Clube do Bang Bang" e em Curitiba, o Cine Clube Anibal Requião - homenagem ao nosso pioneiro cineasta - que funciona no Cine Morgenau, pertencente aos irmãos Santos, tem suas sessões aos domingos - ou nas sessões que leva ao auditório da Biblioteca Pública do Paraná (introduzidas na administração anterior quando a bibliotecária Sandra Breda ali fez uma excelente gestão) atraem um público numeroso. Este ano, entre outras efemérides, transcorrem os 80 anos de um dos mais populares cowboys-cantantes do cinema americano - Roy Rogers (Leonard Style), nascido em Cincinnati, Ohio, em 5 de novembro de 1920, e que aos 17 anos era mesmo cowboy no Novo México. Ainda vivo e vigoroso, bilionário proprietário de uma cadeia de rádios e de lojas de fast-food nas grandes cidades americanas, Roy Rogers fez mais de 90 filmes na Republic entre 1935/51, grande parte ao lado de sua esposa, a também atriz Dale Evans. Com estórias mais "modernas" do que a de outros cowboys, as aventuras de Roy Rogers transcorriam já no Oeste em fase de urbanização e modernização - embora nunca dispensasse a companhia de seu cavalo Trigger. Aliás, quando o animal morreu, em julho de 1965, os fãs fizeram uma verdadeira romaria. Antes de se tornar ator, Roy Rogers foi cantor, formando o grupo "The Sons of the Pioneers" e tem uma grande discografia - hoje collector's itens de apaixonados e que em lojas especializadas (como a "Raridade" e "Fígaro", em Curitiba) chegam a valer muitos dólares. Apesar do declínio da era dos filmes p&b, de aventuras ingênuas, dos anos 50, Roy Rogers continua em atividade até próximo aos 70 anos, aparecendo em programas de televisão ("Roy Rogers Show", "Chevy Show") e mesmo em filmes de maiores pretensões, como a comédia "O Valente Treme-Treme", ao lado de Bob Hope. Revistas de histórias em quadrinhos, inspiradas em seu personagem, foram campeões de vendagem nos anos 50, editadas pela EBAL e quando ele veio ao Brasil, há 36 anos, numa promoção especial, milhares de crianças saíram às ruas para saudá-lo. Já reverenciado em canções até de autores brasileiros, pelas imagens de uma época que se vai, Roy Rogers, coincidência ou não aos seus 80 anos, chegará finalmente nas locadoras em três vídeos selados, programados pela Paris Filmes - que aqui representa a Republic Pictures - para seu pacote de março próximo: "Cavalgada de Ouro" (The Golden Stalion), "O Médico da Roça" (Bell of Coronado) - nestes dois com Dale Evans - e "Barragem Maldita" (North of the Great Divide) com Penny Edwards. Obviamente, havendo uma boa aceitação, outros títulos se sucederão, já que no acervo da Republic não faltam filmes estrelados pelo singing-cowboy. LEGENDA FOTO 1 - Roy Rogers e Dale Evans em "Cavalgada de Ouro"... LEGENDA FOTO 2 - ...Rogers e seu fiel Trigger em "O Médico da Roça"... LEGENDA FOTO 3 - ... e enfrentando bandidos em "Barragem Maldita".
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Vídeo/Som
21
23/02/1992

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