Seis filmes novos estão em exibição
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 25 de agosto de 1985
Revisitando um tema polêmico o preconceito racial no Sul dos Estados Unidos Norman Jewison realizou um dos filmes mais polêmicos de 1984: "A História de um Soldado" (cine Astor, a partir de amanhã):
Com algumas indicações ao Oscar e, sobretudo, valorizado pela coragem em denunciar, mais uma vez, a intolerância racial, "A Solider's Play" tem origem teatral (Charles Fuller, também autor do roteiro).
A ação se passa em 1944 final da II Guerra Mundial, numa unidade militar ao Forte Neal, Louisiana. A investigação do assassinato de um sargento, através do inquérito presidido por advogado negro, o oficial Davenport,(Horace E. Rollins Jr.. ), proporciona que se toque em vários aspectos do problema racial mas num enfoque novo, sem o maniqueísmo que tantas vezes prejudiciou obras a respeito.
Howard E. Rollins Jr, embora desconhecido no Brasil, é um ator veterano: há 3 anos foi indicado ao Oscar de melhor ator coadjuvante por sua atuação em "No Tempo do 'Regtime" de Milos Porman. Adolph Caesar, outro bom ator, famoso no (teatro americano, recria no cinema o papel que fez nos palcos como o sargento Vernon. Cwaters, pelo qual obteve os prêmios Obie e o New York Drama desk, na produção de "A História do Soldado" pelo negro Ensemble Company. Alias, a carreira da peça original na Broadway, foi das mais bem sucedidas: um ano com lotações esgotadas e além do prêmio Pulitzer ao autor do texto, Charles Fuller (o segundo ganho por um dramaturgo negro) mereceu o Prêmio dos Críticos de Nova Iorque e da Sociedade Outger Críticas, entre outros.
VENEZA NA TELA - Uma das cinco ou seis mais cinematográficas cidades do mundo - haja vista o número de filme que ali foram rodados - Veneza parece
ser a grande personagem em "De Veneza com amor", produção italiana de 1979 chegou a concorrer ao Oscar de melhor filme estrangeiro (em exibição no Cine Luz. Dirigida por Franco Brusati (Milão, 1922), jornalista, escritor e cineasta, "Dementicare Venezia" foi definido por Pola Vartuck, a sensível crítica [do] "O Estado São Paulo", como um filme de, ressonâncias bergmanianas "em sua tentativa de dissecar a psicologia de seus dois principais protagonistas, Nicky (Erland Josephan) Anna (Mariangela Melato, excelente num de seus raros papéis não caricatos), "Dimenticare Venezia" e uma obra que impõe mais pela sutileza e sensibilidade do sentimentos evocados do que por sua história, embora todos os personagens esteja muito bem delineados".
Narrada em flash-back, tendo por tema a [ambigüidade] do tempo, o apego infantil passado como tentativa de esconjurar a velhice, e [conseqüentemente] a morte, "De Veneza Com Amor" (que em São Paulo foi lançado com o título "Encontro Marcado em) se inclui naquela categoria de mês especiais, sem nomes famosos, sem elogios prévios, mas que, [tranqüilidade] acaba entrando entre os melhores do ano como aconteceu, no ano passado, o outra modesta mas maravilhosa italiana o lírico e nostálgico "Quarteto Basileus".
De Brusati, diretor há 29 anos, o filme mais conhecido é "Pão e Chocolate" (Pane Cioccolata), 68, saga amarga das condições de vida dos trabalhadores italianos na Suiça e que o bom Chico Alves, garimpeiro incansável de filmes de arte, bem que poderia relançar numa das salas da Fundação Cultural.
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