Só 29 do Paraná entre as maiores da construção
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 03 de agosto de 1984
APESAR de uma excelente classificação da C.R. Almeida (a quarta maior empresa de construção pesada do Brasil), é das mais tímidas a presença paranaense entre os maiores da construção, no confiável levantamento que a revista "O Dirigente Industrial" vem de efetuar pela 16 vez.
Das 541 empresas da indústria da construção civil que obtiveram participação nesse quem é quem específico do importante setor da economia brasileira, apenas 29 empresas são do Paraná. Na tradicional edição "Os Maiores da Construção", "O Dirigente Construtor" (julho 84, Cr$ 2.400,00) considera a indústria da construção civil dividida em seis setores, estabelecendo, para cada um deles, um ranking de empresas: construção pesada, edificação, serviços auxiliares de engenharia, montagem industrial, consultoria de engenharia e arquitetura e incorporação.
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A situação detectada através das análises do "Dirigente Construtor" é preocupante: os drásticos cortes nas verbas públicas e a redução nas atividades das empresas privadas já levaram o setor da construção civil quase à insolvência. Com altos índices de ociosidade e sem perspectivas de reaquecimento imediato, a indústria da construção civil atravessa momentos de expectativa e incerteza, correndo o risco de estagnação, que teria graves consequências sociais. Nos últimos três anos, ela consumiu menor quantidade de materiais, endividou-se mais e despediu parcela significativa do efetivo de mão-de-obra, calculado em cerca de dois milhões de trabalhadores.
Influiu muito, no desempenho do setor como um todo, a redução de encomendas das indústrias privadas, que, diante da queda de suas atividades, também deixaram para mais tarde os planos de ampliação ou mudança em suas instalações. Assim, sem contar com os investimentos das áreas federal, estadual, municipal e privada, a construção civil fechou 1983 com o pior balanço dos últimos dez anos, como atesta a maioria dos empresários do ramo.
E, nos setores de edificação e incorporação, a situação é mais alarmante. São bastante sombrias as previsões para os próximos dois anos. Assim, só o fato de conseguir permanecer na lista dos destaques do setor, numa época de falências e concordatas, já é uma vitória para os empresários que tiveram suas firmas mencionadas no levantamento do "Dirigente Construtor".
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Das 152 maiores empresas de construção pesada, da qual participam as que atuam na construção de obras de infra-estrutura (rodovias, ferrovias, barragens, edifícios industriais de porte, etc.), o Paraná tem uma presença de quase 10%: 14 empresas aqui possuem suas sedes. As três maiores construtoras continuam sendo a Mendes Júnior (MG), a Camargo Corrêa (SP) e a Andrade Gutierrez (MG), mas a C.R.Almeida, que recentemente transferiu sua sede do Rio para Curitiba, fica em marcante 4o lugar - acima da Norberto Odebrecht (da Bahia) e da Ferreira Guedes (SP). A empresa, fundada há 20 anos pelo engenheiro Cecílio Rego Almeida (um dos dez homens mais ricos do Brasil), possuía, ao final de dezembro do ano passado, um patrimônio líquido de Cr$ 145.836.100.000,00, havia faturado, no ano passado, Cr$ 102.610.800.000,00 e empregava 5 mil pessoas.
Em 35o lugar, na listagem do "Dirigente Construtor", a Ebec - Engenharia Brasileira de Construções apresentou, segundo o balanço de 1983, um patrimônio líquido de Cr$ 10.859.000.000,00 e faturamento de Cr$ 20.637.700.000,00. As outras construtoras do Paraná classificadas entre as 152 maiores do País são: Ivai (41o ), Cavo - Companhia Auxiliar de Viação e Obras (51o ), J. Malucelli Construtora de Obras Ltda. (63o ), Sinoda Construções S/A (66o ), Cesce S/A (76o ), Fepaco - Festugato Pavimentadora e Construções S/A (112o), Antonio Moro & Cia. Ltda. (123o ), Plaenge - Planejamento, Engenharia e Construções S/A (125o ), Momentos S/A - Engenharia de Construção Civil (126o ), Sociedade Mafraense de Engenharia Ltda, (128o), Conterpi - Construções, Terraplanagem e Pavimentações Ltda. (13o), e Ubrasa - Construtora e Urbanizadora S/A (141o ).
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No quadro das 91 maiores firmas que atuam na área de edificação de prédios de apartamentos, edifícios industriais leves, conjuntos de escritórios etc., há quatro do Paraná. A maior empresa continua a ser a João Fortes Engenharia S/A, do Rio de Janeiro, com patrimônio líquido de Cr$ 27 bilhões e um faturamento de Cr$ 89 bilhões. As empresas do Paraná que entram nesse ranking são: Irmãos Mauad Ltda. (28o ), Simamura Daiwa House Indústria, Comércio e Construções Civis (44o), Taba S/A Empreendimentos (50o) Engesul Construção Civil Ltda. (78o ), Irmãos Mauad, com patrimônio líquido de Cr$ 2.982.800.000,00, obteve um destaque, no quadro de faturamento específico: é a 17a classificada, com o volume de Cr$ 11.540.710.000,00.
Entre as 68 empresas de serviços auxiliares de engenharia (firmas que dão condições de trabalhoàs empresas de construção civil leve ou pesada), há cinco do Paraná: Aerosul S/A - Fotogrametria Sul do Brasil (39o ). Aerodata S/A Engenharia de Aerolevantamentos (45o ), Escoli-Engenharia de Solos e Concretos (56o ), Solotécnica S/C (63o ) e Geodata, Levantamentos Geodésicos (65o ).
Insignificante é a participação do Paraná entre as empresas do setor de montagem industrial: apenas uma firma, a Promenge - Projetos e Montagens de Engenharia Ltda., ficou em 41o entre as 46 empresas listadas.
Também na área de consultoria a presença paranaense é mínima. Duas empresas, entre as 79 maiores do Brasil: a Etel Empreendimentos Técnicos de Estradas Ltda. (35o ) e a Esteio - Engenharia e Aero-levantamento S/A (37o ). As três maiores empresas de consultoria de engenharia e arquitetura são a Hidroservice (SP), Engevicz (RJ) e Promon (SP).
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