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Aramis

Uma primeira sala de vídeo na cidade

Dentro da visão prática que o caracteriza, desenvolvida ao longo de quase 30 anos de produção em televisão (com incursões no cinema e, ultimamente, vídeo), Valêncio Xavier, 53 anos, vai ocupar o amplo espaço do palácio na Rua Barão do Rio Branco sem pretensões de caras reformas. Levando o administrador Danilo Lorusso, diretor-geral da Secretaria de Cultura, ao local, mostrou como pretende aproveitar o imóvel e só fez três solicitações: uma equipe para limpar o local, segurança para o prédio e que a mudança fosse feita por gente especializada - para evitar avarias e mesmo desvio do acervo do MIS, que embora já muito reduzido, deve ser preservado cuidadosamente. *** No MIS, funcionará "no menor prazo possível" - a primeira sala de vídeo do Paraná. No "pombal" em que, vergonhosamente, a administração José Richa colocou o MIS - numa transação nebulosa, conforme aqui denunciamos (e que, como prevíamos, nunca, pelo visto, será devidamente justificada), era impossível fazer projeções para um público acima de dez ou quinze pessoas. Agora, contando com uma sede ampla poderá ter várias salas de projeção - tanto para vídeo como para cinema. A primeira a funcionar será uma de vídeo, com a programação mais eclética possível: desde trabalhos de amadores até vídeos especiais, sobre arte, política, didáticos, etc. Como o tráfego de pedestres na Rua Barão do Rio Branco é de milhares de pessoas, a sala terá um público em potencial e para o qual será oferecido um programa atraente. "Ao lado dos vídeos culturais não teremos preconceitos contra os filmes que atraem público, entre os mais populares", explica Venâncio. Ironicamente, a primeira sala de vídeo do Paraná funcionará, com acesso gratuito (ou a preços simbólicos) diante àquele que foi o maior e mais luxuoso cinema do Estado - o Vitória, fechado em janeiro de 1987, na nebulosa operação que levou a compra do imóvel por parte da Secretaria de Indústria e Comércio - com a finalidade de transformá-lo (sic) num Centro de Convenções. Que não saiu e, agora, provado ficou, que o negócio foi conduzido de forma errada. Curitiba perdeu um excelente cinema e mais um escândalo administrativo aconteceu no Paraná.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
3
16/02/1989

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