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Aramis

A boa arte que a Sul América traz

Há mais salutar concorrência entre dois dos maiores grupos seguradores do Brasil no financiamento de projetos artísticos: a Sul América e a Internacional de Seguros. assim é que se a Internacional de Seguros editou, durante 4 anos, preciosos álbuns duplos sobre tesouros da MPB, a Sul América de seguros, a partir de 1982, decidiu bancar as gravações das Bachianas de Vila Lôbos, com a Sinfônica Brasileira, sob a regência de Issac Karabitchevski. Agora, a Internacional de Seguros patrocinou o elepê da Orquestra de Câmara de Blumenau, sob regência do curitibano Norton Morozowicz, que incluiu, entre outros autores, Henrique Morozowicz e Bento Mossurunga. x * Mas a disputa não fica apenas na música e, felizmente, se espraia em outros setores . Por exemplo, é a Sul América que está bancando a mostra de obras da Coleção Tamagni, a partir do dia 24, segunda-feira, no Museu Guido Viaro. É, aliás, a primeira de uma série de exposições que o Museu de Arte Moderna de São Paulo organiza com seu acervo em diferentes capitais brasileiras - levavas graças aos amplos e fartos recursos da seguradora. xxx Um bem preparado release informa que o conde Carlo Alessandro Tomagni nasceu em Mantova, na Itália e tem uma história << lírica >>: menino ainda, gostava de falar com os camponeses da propriedade de seu pai e acabou se tornando comunista fervoroso, tendo que, na década de 30, escapar dos fascistas, vindo para o Brasil. Aqui foi preso por um ano no Rio, mas ao sair da cadeia foi para São Paulo, onde fundou uma indústria gráfica que o enriqueceu. Começou a comprar obras de arte e foi um dos fundadores do Museu de Arte Moderna de São Paulo. Quando do afastamento de Ciccilo Matarazzo do MASP, que depois de tumultuada assembléia geral doou seu acervo à USP, Carlos Alessandro Tomagni expressou, reiteradas vezes, a intenção de doar sua coleção ao MAM, Morrendo, sem testamento, em 1966, seus herdeiros efetuem a doação. Ao todo foram 679 obras ao acervo do MAM em 1967. xxx Apesar da coleção não obedecer a critérios rígidos de escolha ou orientação, é formada por obras de autores consagrados: Volpi (de quem Tomagni foi grande amigo), Graciano, Rebolo, Zanini, Paulo Rossi Osir Bonardei etc. Há também dois Di cavalcanti, uma paisagem de Tarsila dos anos 40 e dois retratos de Tomagni, feitos por wflexor e Sérgio Milliet. No total, são 18 artistas, com obras representativas nesta exposição que permanecerá duas semanas no Museu Guido Viaro. Graças exclusivamente a Sul América de Seguros.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
1
23/10/1983

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