"Abacaxi" com Collor e Zélia nos mini-carros
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 06 de fevereiro de 1991
Para a elaboração do samba-de-enredo "Gran Circus Bacaxi" com a qual a micro Ex-cola Unidos do Botão estará desfilando na segunda-feira, a partir das 19 horas, colaboraram praticamente todos os seus 21 integrantes. A liquidificação de idéias deu samba, com algumas jóias de ironia e sátira aos nossos dias - que mereceria até uma gravação para ser divulgada - se nossas emissoras AM/FM não fossem tão colonizadas em suas programações, sempre fechadas ao som de nossa terra.
No primeiro verso, a Ex-cola se apresenta dizendo "Abram Alas / Pro Botão passar / O Botão não é de rosa / O Botão não é de ouro / O Botão é pra abotoar". Em seguida, o samba fala das homenagens da Escola:
"Chico Mendes e Zacarias / Angelo Cretão e Paulo Leminski nos vamos lembrar: Pau no Leminski / Nosso poeta impopular / Virou virou pedreira / e até nome de bar".
Depois de citar Cazuza, o samba entra no terreno da gozação aos vivos:
"E a Miséria / Miss Zélia / Ó Miséria / Nesse Grande Circo Abacaxi / Nada é novo / Pepino ao presidente / e banana para o povo".
A guerra não poderia deixar de merecer uma citação:
"E lá vem a bomba / Alá me diga Alá / Em que pé a guerra está / A pombinha ficou preta / O petróleo é a muleta / Pra vergonha do planeta".
No encerramento, na menção ao presidente:
"Cheira a Collor / Cheira que é bom / O sovaco do teu povo / Com um cheiro que alucina / E um cheiro de comida / Que você nem imagina / Cheira a Collor / Cheira que é bom / O sovaco do teu povo / Tem um cheiro que alucina / É um cheiro de comida / Que você nem imagina.
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