Aeroporto-75, um comercial de 120 minutos
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 07 de fevereiro de 1975
Normalmente os filmes de publicidade exibidos nos cinemas tem de 30 a 60 segundos de duração. No Lido está em exibição um filme publicitário de 120 minutos. Que o público assiste entusiasmado e que sai elogiando, recomendando aos amigos. Resultado: este comercial permanecerá muitas semanas no ar. Objeto anunciado: a segurança do Boing 747, um avião que nada consegue derrubar. Nem o fato de seus pilotos morrerem num acidente e a cabina de comanda ser destruída pela metade.
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O sucesso do romance de Arthur Halley e do filme que, há cinco anos, George Sidney realizou inspirado no best-seller, não poderia deixar de ter uma [seqüência] para os astutos comerciantes da Universal, que conseguiram bons dividendos com a primeira aventura aérea. E assim foi confiada ao limitado Jack Smight a tarefa de fazer uma nova fita inspirada no mesmo tema. Don Ingails foi encarregado de escrever o roteiro e não deve ter se preocupado em pesquisar muito, pois se tivesse consultado qualquer piloto, não cometeria o erro grosseiro de criar uma situação irreal e ridícula: o rombo que um pequeno avião abre na cabina de 747, quando com ele choca-se, provocaria a sucção de qualquer pessoa que se sentasse na poltrona do comandante. Entretanto, a aeromoça Nancy (Karen Black) ali permanece o tempo todo, somente tendo seus cabelos despenteados, até que o bem amado herói, o intrépido Murdock (Charlton Heston), consegue entrar na cabina, em pleno vôo, após a frustrada tentativa anterior de um oficial da USAF.
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"[Aeroporto] 1975" é o tipo do filme feito para consumo Integra-se na atual moda de fitas sobre catástrofes ("O Destino do Posseidon", "Terremoto" e "Towering Inferno", estas duas em exibição em Nova York) que tanto tem entusiasmado o público. Com um roteiro convencional, direção impessoal, é uma espécie de melancólico revival de Hollywood do passado: além da excelente glória Swanson,, 75 anos, vivendo ela mesmo, temos outros veteranos como Dana Andrews, Sid Caesar, Myrna Loy, Nancy Olson, Martha Scott e até Guy Stockwell, garotoo prodígio dos anos 50 e aqui quase irreconhecível como o Coronel Mass. Mas não há só veteranos: a cantora-revelação Helen Reddy aparece numa ponta (e canta uma música) e Linda Blair, sem a demoníaca maquilagem de "O Exorcista", quase desaparece em se curto papel. Prova de que o Diabo continua a fazer das suas!
LEGENDA FOTO : Os "mocinhos" Heston/Karen: final feliz, é claro!
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