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Aramis

Agora, os melhores do jazz em edições laser

Se faz lançamentos na área mais popular - como o álbum The Cleebanoff Strings & Orquestra ("Besame Mucho"), com 20 hits de várias épocas, abre uma série para Blues com diferentes intérpretes - que merecerá registro posterior - o forte da Imagem, além dos clássicos, são os discos de jazz. Desde a música das big bands - como a de Harry James, (1916-1983), com seus 14 standards mais conhecidos a partir do prefixo "Ciribiribin" - ao raro álbum com Chet Baker (1929-1988) cantando - o catálogo da Imagem é rico e diversificado. Agora, paralelamente uma gravação de Ella Fitzgerald, com 16 canções, em processo convencional - só prejudicado pela falta de dados sobre a época da gravação (que falta fez o texto de Raffaelli) temos, entre novidades e reedições de seu catálogo, sete ótimos momentos do jazz em CD. Teddy Wilson Austrin, Texas, 24/11/1912 - New York, 6/9/1983), foi um dos pianistas dos mais agradáveis do jazz a partir dos anos 30. Integrou várias bandas, gravou com Benny Goodman, Gene Krupa, teve suas própsias formações, viveu muitos anos na Europa - especialmente em Londres. Amigo e músico de Goodman em várias ocasiões, participou de seu filme biográfico. Sua discografia, entretanto, no Brasil é reduzida o que valoriza sobremaneira a edição de "Easy Living", no qual, ao longo de 62'44" (o que é raro em CDs, normalmente restritos a duração máxima de 40 minutos) traz 15 momentos de maior beleza, de "Heneysuckler Rose" de Fats Waller (que, ao lado de Tatum e Hines, influenciaram seu estilo) a "Moonglow" - aquele tema inesquecível que o cinema imortalizou em "Férias de Amor" (Picninc, 55, de Joshua Logan). O piano suave, delicioso - mas criativo de Teddy é acompanhado por Dave Shpherd (clarinete), Ronnie (vibrafone), Peter Chapman (baixo) e Johnny Richardson (bateria). Stepahanie Grappelli (Paris 16/1/1908), o maior nome do violino no jazz depois de Django Reinhardt (1910-1953) em dupla dose pelos CDs da Imagem: "Le Grande Reunino", dividindo com nosso grande Baden Powell, num repertório exclusivamente da melhor MPB: "Eu Vim da Bahia" (Gil), "Medição" (Jobim/Mendonça), Berimbau (Baden/Vinícius), "Desafinado" (Jobim/Newton Mendonça), "Samba de Uma Nota Só" (Jobim), "Isaura" (Roberto Martins/Roberto Roberti), "Amor em Paz" (Jobim) e "Aquarela do Brasil" (Ary Barroso). Um encontro perfeito, de dois gênios de seus instrumentos, num momento iluminado, valorizado pela Oscar Peterson. Já com o pianista Oscar Peterson (Montreal, 15/08/1925) outro encontro memorável. Desta vez, somado ao baixo do dinamarquês Oersted Pedersen e a bateria de Kenny Clarke, seis temas jazzísticos que embora bastante conhecidos adquirem aquele balanço especial, quando na leitura de músicos iluminados: "I Won't Stood Still", "Blues For Musicic" (esta uma parceria de Grappeli/Peterson) e "If I Had You". Billie Holiday (1915-1959) tem hoje mais de 20 de seus melhores discos em catálogo. Mas há duas décadas, ninguém da indústria fonográfica queria saber de lançar seus álbuns. Jonas Silva teve este mérito de abrir a vereda para que os brasileiros conhecessem a mais bela voz feminina do jazz em todos os tempos. Nada mais natural que se tenha agora os álbuns de Billie em compacto, como o segundo volume da série "The Lady Sings The Blues", com 16 temas mais conhecidos de seu repertório como "My Man", "Don't Be Late" (neste com a participação de Lester Young), "Lover Man", "Embraceable You", "As Time My Man". Stan Getz (Filadélfia, 2/2/1927) está entre os saxofonistas mais conhecidos do mundo do jazz. Além de uma intensa carreira, foi quem mais fez pela promoção da Bossa Nova no exterior a partir do álbum gravado com João Gilberto em 1962. Com seus grupos - pelos quais já passaram inúmeros virtuoses, uma imensa discografia, participando dos festivais mais importantes tem uma presença intensa no jazz a partir dos anos 50. Na época em que o Festival de Montreaux era realmente jazzístico (hoje, é uma geléia-real que pouco tem de jazz), Getz ali fez históricas apresentações, como a que documenta o álbum que sai agora em CD. Acompanhado por Joannes Brackeen, "Neisl Hennig Star", "Lady Sings The Blues", "Lush Life", "Stan's Blues" e a brasileira "Canção do Sol" - oferecer momentos de beleza, de uma das melhores fases de sua carreira. Chet Baker não foi só um notável pistonista, compositor e dramática figura do jazz, a quem as drogas destruíram. Em sua juventude, no início dos anos 50, gravou três álbuns como cantor, no qual, com o toque cool traria um estilo que, declaradamente, influenciou basicamente João Gilberto, que foi beber naquela fonte jazzistica para a revolução que faria na Bossa Nova. A oportunidade de se ouvir Baker da fase como pistonista e cantor está agora no lançamento em CD de "Sings Again", no qual com a participação de Michael Graillier (piano), Ricardo Del Pra (baixo) e John Engels (bateria) interpreta quatro músicas antológicas, com seu estilo cool, profundamente afinado - escola que foi de nosso João: "All of You", "Body and Soul", "Look for the Silver Living", "I Can't Getarted", "Alone Together", "Someone To Watch Over Me" (uma das obras primas de Gershwin), "How Deep Is The Ocean" e "My Funny Valentine" (Hart-Rodgers), que teve em sua voz a interpretação definitiva.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Música
7
14/10/1990

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