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Aramis

Artigo em 12.12.1981

Com a morte do sr. Emilio Decock, na madrugada de quinta feira, a cidade perdeu mais uma de suas personagens queridas. Como bem disse um de seus melhores amigos, o arquiteto Lubomir Ficinski - que há mais de 20 anos era um dos mais fiéis fregueses do Ille de France, a morte de mousieur Emile deixa um vazio grande no coração de todos que aprenderam a estimar e admirar aquele francês alto, de poucos sorrisos, mas extremamente amigo e um profissional que, praticamente, civilizou os hábitos gastronômicos de meia Curitiba, desde que aqui chegou, há mais de 30 anos. Com sua esposa, já falecida há alguns anos, monsieur Emile começou com um pequeno piano-bar, na Rua Cruz Machado, em 1953, quando Curitiba efervescia com as comemorações dos centenários e quase 200 congressos nacionais aqui eram realizados. Mais tarde, com o Ile de France instalado na Praça 19 de Dezembro, o restaurante se tornou um símbolo e ponto de referência da cidade, merecidamente incluído em guias nacionais como o melhor estabelecimento da cidade e um dos melhores do Brasil. Há alguns meses, em entrevista ao advogado publicitário e gastrônomo Sérgio Mercer (também presidente da Fundação Cultural), para a revista "Quem", monsieur Emile contou deliciosas estórias ligadas ao seu restaurante, fazendo afirmações irônicas que, inclusive, lhe valeram ameaças de processos - as quais recebeu com um sorriso de francesa ironia. Sem dúvida, [sem] monsieur Emile, a cidade fica um pouco menor em termos de amizade, boa cozinha e muitos boêmios choram a sua partida. xxx Uma bela homenagem: ontem, às 11 horas, o professor Ernani Simas Alves relembrou o seu colega e amigo, professor Durval Eduardo Pacheco de Carvalho, falecido há 9 anos, na inauguração da rua com o seu nome, em Santa Felicidade. Engenheiro-químico, professor e, por alguns anos, do staff do engenheiro Ivo Arzua - que acompanhou a Prefeitura (dirigindo o Departamento de Relações Públicas e Promoções) e no Ministério da Agricultura, Durval também deixou muita saudade. Uma rua com o seu nome, é o mínimo da homenagem que merece!
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
6
12/12/1981
Passa o tempo e o que realmente fica são as coisas relevantes. Apenas corrigindo, o falecimento de meu pai (Durval) ocorreu em 12/03/1978, há 30 anos atrás. Muito reiterando, a saudade que ele deixou não passa. Grato pela homenagem, posto que já não se pode mais agradecê-lo presencialmente. Onde estiver, certamente ficou mais contente em razão desta, em face de sua importância no seu meio profissional e de sua amabilidade entre os amigos, os quais até hoje provavelmente sintam dor semelhante pela precoce partida. Em breve todos nos encontraremos. Escutaremos um novo discurso dele. E poderemos dar-lhe um abraço. Servir-lhe uma dose dupla de Old Eight 'on the rocks' e escutar sua lição. Importante é valorizar os momentos. Porque a felicidade não existe, pois não é um lugar. Ela simplesmente está nestes momentos, os quais é nosso dever regozijar. De seu filho, Eduardo.

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