Mr. Mister e mais alguns grupos pop para consumo
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 23 de março de 1986
Mais quatro discos na faixa do rock, com públicos bem específicos. De princípio, temos Mr. Mister ("Welcome To The Real World", RCA), catipultuado pelo sucesso "Broken Wings". Vamos a um pouco da história deste conjunto: em 1979, Richard Page, então no grupo "Pages", mostrava uma inquietação sonora nas faixas do lp "Future Street". O tempo passou e o grupo se reciclou, reaparecendo em 1984, com um novo nome: Mr. Mister, num lp ("I Wear The Face"), que não teve, entretanto, sucesso maior. Já em 1985, em "Welcome To The Real World", denotava influências do Yes, de bandas britânicas e até de Rick Springfield. Formado por Steve Farris (guitarra), Pat Mastelotto (bateria), Page (baixo e vocal) e Steve George (teclados e vocais), Mr. Mister traz um repertório próprio - com músicas como "Don't Slow Down", "Run to Her" e "Tangent Ears".
No final do ano passado, Mr. Mister fez uma tourné pelos Estados Unidos, abrindo 33 shows da cantora Tina Tuner.
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Na generosidade com que lança grupos de rock no Brasil, a Polygran colocou na praça, no final de 1985, mais dois grupos Bar-Kays ("Banging The Wall") e a banda canadense Rush, além de um elétrico disco da vocalista Sandra.
O Bar-Kays faz um som comum, sem maior destaque - dentro da mesma estridente linha de tantos outros conjuntos. Já o Rush, banda formada em 1974 por Alex Liferson (guitarra), Geddy Lee (baixo) e Neil Peat (percussão, vocais), estão na estrada há uma década. Em 1975 foi premiado no Canadá como o grupo mais promissor do ano e abriu as turnês do Aerosmith e Kiss nos EUA. Mas foi com o álbum "2112", em 1976, que ganhou o primeiro disco de ouro - além da edição de "Archieves", reunindo os três primeiros álbuns. Em 1978 fez a primeira turnê européia e foi novamente premiado no Canadá, mas desta vez como o melhor grupo do ano. Em 1981, finalmente, fez um lp de maior repercussão ("Moving Pictures"). Agora, num novo álbum ("Power Windows") trazem uma proposta curiosa, inquietadora a partir da própria capa - com bela criação de Hugh Syme.
Todas as composições são de Geddy Lee e Alex Lifeson e o grupo está na faixa tecno-pop, a julgar pela descrição da equipe de seus shows-pormenorizadamente nominada no encarte que acompanha este lp.
Sandra é uma bela ruiva, rosto pálido e olhar enigmático. Uma voz fraquinha que as vezes quase desaparece. Pouco se sabe a seu respeito - mesmo consultando-se as mais atualizadas publicações do universo pop - mas ela está na praça com um lp ("Sandra", Mercury/Polygran), destacando especialmente quatro hits - "In The Heat of The Night", "Maria Magdalena", "Heartbeat" e "You And I", que tem obtido algum destaque nos circuitos das discotheques. Michael Cretu executa teclados e programou as baterias computadorizado, além de ter feito arranjos e produção deste lp - no qual ainda divide com Hubert Kemmler os vocais de apoio.
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