Afinal, dez anos depois, chegou "A Noiva da Cidade"
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 29 de abril de 1987
Depois de muita insistência junto a Embrafilme, finalmente o nosso Chico Alves, coordenador dos cinemas da Fundação Cultural, conseguiu que uma cópia de "A Noiva da Cidade" fosse liberada para exibição, a partir desta quinta-feira no Groff. Realizada entre 1975/76 por Alex Viany, partindo de um pequeno roteiro de Humberto Mauro (1897-1983), "A Noiva da Cidade" é um cult-movie, que teve, até hoje pouquíssimas projeções.
Inicialmente previsto para ser interpretado por Chico Buarque e Dina Sfat, "A Noiva da Cidade" acabou sendo estrelado por Elke Maravilha (Elke Georgienna Granupp, Leningrado, 22/02/1945), mais conhecida como jurada de televisão do que atriz - e que há alguns meses esteve participando de uma montagem semi-amadora em São José dos Pinhais. Chico não quis atuar como ator mas fez a belíssima trilha sonora, em parceria com Francis Hime e do qual ficaram canções marcantes como "Passaredo", "Desembolada", "Quadrilha" e a própria canção título. Realizado como uma homenagem a Humberto Mauro, rodado em Minas Gerais, com Jorge Gomes, Lea Garcia, Grande Otelo, Paulo Porto, Zé Rodrix e Betina Viany em seus personagens centrais, "A Noiva da Cidade", último filme de Alex Viany (hoje, aos 69 anos, afastado da crítica e da realização) mereceria ter tido um lançamento normal já há 10 anos. Ficou esquecido e só a custa de muita reclamação uma cópia vem agora para ser vista.
Aliás, é longa a crônica de filmes que só chegam as nossas telas anos depois de realizados. Só do cinema brasileiro, há mais de 50 realizações dos últimos 20 anos que nunca tiveram uma única projeção em Curitiba. Internacionalmente, então a lista é de milhares de títulos, incluindo filmes notáveis.
LEGENDA FOTO 1 - Alex Viany, diretor de "A Noiva da Cidade", um cult-movie que poucos viram.
LEGENDA FOTO 2 - Elke Maravilha: a alegria espontânea em "A Noiva da Cidade", finalmente em exibição no Cine Groff.
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