As barbas do turco Jorge
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 11 de janeiro de 1990
Um dos primeiros produtores de programas ao vivo na TV-Paranaense, quando seu tio, Nagib Chede, a inaugurou há 28 anos, Jorge Barbosa Elias, à beira de se tornar cinqüentenário, sempre se caracterizou por cerrada barba negra. Ao longo destas quase três décadas, o turco Jorge teve múltiplas experiências humanas, afetivas e profissionais ao longo de 50 viagens ao Exterior, percorrendo desde os caminhos de mercenários e traficantes de escravas brancas no Interior da África aos mais luxuosos salões de Paris e Roma, além de ser, em certa época, um dos jogadores de boa estrela em Monte Carlo.
Ao longo deste período, sempre que seus amigos indagavam quando iria cortar a barba, Jorge respondia:
- O dia em que eu votar para Presidente da República.
Na manhã de 17 de dezembro, o turco Jorge quase provocou um enfarte em sua simpática mãe, dona Afifa, ao entrar no apartamento que a família ocupa há 50 anos na Praça Tiradentes, de cara limpa. Até o velho porteiro não o reconheceu e sua mãe levou um susto, pois não se lembrava mais da promessa feita pelo seu filho de que iria cortar a barba no dia em que voltasse a votar para Presidente. Só que com sua desconfiança de bom árabe, Jorge só cortou a barba depois de votar em Lula no segundo turno. Desconfiado de Collor, diz:
- "E se em 60 dias ele fizer besteira, vou deixar crescer novamente o bigode como protesto".
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Dono de uma agência de turismo - a 7 Mares, Jorge está retornando dos Estados Unidos. Foi atualizar as informações para um guia chamado "New York para Principiantes... Fuja que os Brasileiros Estão Chegando", que já prometeu editar em 1987.
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O maior amigo de Barbosa Elias, o escritor Cláudio Lacerda, dono de um texto saboroso - que mensalmente pode ser apreciado em suas crônicas no "Cine Imaginário" está na dúvida se escreve uma biografia séria sobre Jorge ou o desenvolve como personagem principal de uma peça que terá outro curitibano dos mais populares, o popular Esmaga, também como personagem. A idéia desta peça é originalíssima: toda a ação transcorre em duas horas, na Boca Maldita
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Quem viver 1990, rirá!
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