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Aramis

As barbas do turco Jorge

Um dos primeiros produtores de programas ao vivo na TV-Paranaense, quando seu tio, Nagib Chede, a inaugurou há 28 anos, Jorge Barbosa Elias, à beira de se tornar cinqüentenário, sempre se caracterizou por cerrada barba negra. Ao longo destas quase três décadas, o turco Jorge teve múltiplas experiências humanas, afetivas e profissionais ao longo de 50 viagens ao Exterior, percorrendo desde os caminhos de mercenários e traficantes de escravas brancas no Interior da África aos mais luxuosos salões de Paris e Roma, além de ser, em certa época, um dos jogadores de boa estrela em Monte Carlo. Ao longo deste período, sempre que seus amigos indagavam quando iria cortar a barba, Jorge respondia: - O dia em que eu votar para Presidente da República. Na manhã de 17 de dezembro, o turco Jorge quase provocou um enfarte em sua simpática mãe, dona Afifa, ao entrar no apartamento que a família ocupa há 50 anos na Praça Tiradentes, de cara limpa. Até o velho porteiro não o reconheceu e sua mãe levou um susto, pois não se lembrava mais da promessa feita pelo seu filho de que iria cortar a barba no dia em que voltasse a votar para Presidente. Só que com sua desconfiança de bom árabe, Jorge só cortou a barba depois de votar em Lula no segundo turno. Desconfiado de Collor, diz: - "E se em 60 dias ele fizer besteira, vou deixar crescer novamente o bigode como protesto". xxx Dono de uma agência de turismo - a 7 Mares, Jorge está retornando dos Estados Unidos. Foi atualizar as informações para um guia chamado "New York para Principiantes... Fuja que os Brasileiros Estão Chegando", que já prometeu editar em 1987. xxx O maior amigo de Barbosa Elias, o escritor Cláudio Lacerda, dono de um texto saboroso - que mensalmente pode ser apreciado em suas crônicas no "Cine Imaginário" está na dúvida se escreve uma biografia séria sobre Jorge ou o desenvolve como personagem principal de uma peça que terá outro curitibano dos mais populares, o popular Esmaga, também como personagem. A idéia desta peça é originalíssima: toda a ação transcorre em duas horas, na Boca Maldita xxx Quem viver 1990, rirá!
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
3
12/01/1990

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