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Aramis

A Cidade & O Tempo

Num Estado tão carente de pesquisas e documentação, todos os esforços são válidos. E assim, louve-se a Marly Garcia Corrêa, bacharel em comunicação social, ex-diretora do Museu da Imagem e do Som do Paraná e há 2 anos na seção de artes da Diretoria de Assuntos Culturais da SEC, por esforçadas pesquisas que vem desenvolvendo e publicando. Uma delas focaliza o seu antepassado, Manoel Francisco Ferreira Correia (1862-1939), homem de grande visão em sua época, que deixou uma contribuição em vários setores do Estado. xxx Engenheiro geógrafo formado pela Escola Politécnica do Rio de Janeiro, em 1887, Manoel Francisco Ferreira Correia, trabalhou inicialmente na Inspetoria Especial de Terras e Colonização no Paraná e, em 1894, ao lado de Cândido de Abreu e Alberto Ferreira de Abreu, fez o primeiro mapa oficial do Paraná, com desenho de Marcos Leschaud, calculando então a superfície exata do Estado (240.000 km2). Naquele mesmo ano, com a baronesa do Serro Azul, sua tia (Maria José Pereira Correia) e seu primo Leocádio Correia, fundou uma gráfica, núcleo original da hoje poderosa Impressora Paranaense. Manoel Correia foi ainda editor do "Diário da Tarde" por um ano (1904/5) e do "Almanaque Paranaense", cuja coleção - hoje raríssima - contém importantes dados sobre o nosso Estado no início do século. A pesquisa de Marly Garcia Correia sobre o seu avô, teve um título apropriado: "O Colonizador Esquecido". Outro trabalho de Marly Correia, este mais reduzido e, infelizmente, com poucas ilustrações (compreensíveis, pelas limitações financeiras para sua edição) é sobre o prédio do "Gymnásio Paranaense", entre as ruas Cruz Machado, Saldanha Marinho e Dr. Murici, sede da Diretoria de Assuntos Culturais e Secretaria da Fazenda. Iniciado em 1903, o prédio foi concluído a 31 de agosto de 1904, na administração do Dr. Francisco Xavier da Silva, com um custo de Cr$ 162.598.270. O nome "Gymnásio Paranaense" foi mantido até 25 de março de 1943, quando passou a denominar-se Colégio Estadual do Paraná, passando, quatro anos depois (29/3/1950) para a Avenida João Gualberto. xxx A idéia de Marly Correia em levantar a história dos prédios de Curitiba é das mais interessantes. Aliás, é uma pena que até hoje a Fundação Cultural ou o Departamento do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado não tenham feito um planejamento racional, capaz de garantir a preservação (fotos, filmes super 8) da fisionomia arquitetônica da cidade. Inclusive, uma idéia levada a Prefeitura, ainda na gestão Jaime Lerner, mas que não foi aceita, era de obrigar a todo proprietário de imóvel antigo, ameaçado de demolição, fazer uma completa documentação sobre o prédio. Bem como, os novos prédios terem uma ficha técnica (área, custo, informes sobre projetos etc.) devidamente arquivado. Pois, o que hoje é supérfluo, amanhã fará parte da história.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
4
20/04/1977

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