José, um paranaense na prefeitura de Cruz Alta
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 05 de janeiro de 1987
Passando a festa de fim-de-ano em Curitiba, com a mãe, dona Joanita, e a irmã, bibliotecária Nancy, o prefeito de Cruz Alta, José Westphalen Corrêa, aproveitou para rever os muitos amigos na cidade, onde se formou em medicina há 32 anos.
Primeiro radiologista na cidade de Cruz Alta, a 350 km de Porto Alegre, José Westphalen Corrêa fez carreira tanto na área médica como na política, tanto é que ocupa, pela terceira vez, a prefeitura.
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Uma das promoções que acontecem em Cruz Alta e que tem hoje projeção nacional é a Coxilha da Canção Nativista, incluída entre os dez festivais (entre mais de 60) musicais do Rio Grande do Sul de maior projeção. A Coxilha - a exemplo da Califórnia (Uruguaiana), Tertúlia (Santa Maria), Musicanto (Santa Rosa) e Seara (Carazinho) é hoje um evento totalmente autoconfiável, apresentando, inclusive, lucros. A 6ª edição, realizada em julho último, teve um superávit de Cz$ 250 mil, já que a sua organização é modelar. A Sigla/Som Livre, associada à Rede Brasil Sul/TV, edita o disco com as 12 finalistas, esgotando-se a tiragem em poucas semanas.
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Em sua segunda administração, foi José Westphalen Corrêa - paranaense da Lapa, mas hoje um gaúcho por adoção - que adquiriu a velha casa em que nasceu o escritor Érico Verissimo. Transformada em museu, hoje preserva tudo que se relaciona ao autor de "O Tempo e o Vento".
Atualmente, voltado à área cultural, Westphalen Corrêa desenvolve a construção de dois grandes galpões, ao lado do ginásio de esportes da cidade, para sede das tertúlias que acontecem paralelamente à Coxilha. Outra grande obra é o Palácio da Cultura, que abrigará biblioteca, museu da cidade e um teatro-cinema de mais de 700 lugares, a ser inaugurado no decorrer de 1987.
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Com um velho amigo, o advogado René Dotti, escolhido para a Secretaria da Cultura do governo Álvaro Dias, José Westphalen trocou muitas idéias, inclusive a de estimular um intercâmbio dos melhores valores da música nativista gaúcha com o Paraná. Afinal, a colonização gaúcha nas regiões Oeste e Sudoeste tem fortes raízes e a prova disto está na aceitação da música dos Pampas. Em Campo Mourão, em 1986, houve um primeiro festival de características nativistas - o "Cante Terra", cujo elepê com as 12 finalistas deverá ser lançado em breve, em produção de Ayrton dos Anjos, edição da Continental.
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