Festivais nativistas ganham até associação
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 27 de fevereiro de 1987
Uma prova de como um movimento musical, bem estruturado, cresce e se impõe: hoje já passam de cinqüenta os festivais nativistas que acontecem no Rio Grande do Sul. A partir da primeira California, em Uruguaiana, há 16 anos, o boom nativista se espalhou pelos principais municípios e praticamente todos os eventos ganharam registros em discos, estimulando compositores, cantores e instrumentistas - muitos dos quais hoje nomes nacionais (Kleiton & Kledir, Renato Borghetti, entre outros). Só nos últimos sete anos, mais de 800 discos com artistas gaúchos foram produzidos - elevando assim a discografia daquele Estado para mais de 3 mil títulos.
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Agora, paralelamente a terceira edição do Reponte da Canção Nativia, em são Leopoldo, haverá a primeira reunião da recém-fundada Associação Gaúcha dos Eventos Musicais. Idealizado pelo poeta, compositor, produtor e animador cultural Gilberto Carvalho, 36 anos, esta entidade pretende "colocar as coisas nos eixos" em termos dos festivais que se têm multiplicado nos últimos anos. Hoje, ao lado de eventos consagrados nacionalmente - com a Califórnia, o Musicanto (Santa Rosa), Tertúlia (Santa Maria), Coxilha (Cruz Alta) e Seara (Carazinho), há também festivais menores. Todos, entretanto, tem suas músicas finalistas gravadas, em edições que vão desde fábricas como a Polygram e Continental, a etiquetas regionais - Paolo Discoteca e a Quero-Quero, esta de Gilberto Carvalho e que acaba de adquirir moderna unidade móvel de gravação, para agilizar ainda mais suas produções.
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Nos planos de Gilberto Carvalho, entusiasmado pelo boom nativista, está em estender as atividades da Quero Quero - que também produz programas de rádio e edita livros - ao Paraná, "onde a força nativista ainda não foi devidamente dimensionada".
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