Cinema
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 22 de abril de 1973
A Semana Santa justifica o relançamento de suas superproduções do gênero, já que há muito as velhas cópias de subdesenvolvidas versões de "Paixões de Cristo" tem sua circulação restrita aos cinemas das pequenas cidades. Tanto "Bem-Hur" (Cine Vitória), quanto "O Rei dos Reis" (Cine avenida) são produções épicas, últimas tentativas de Hollywood seguir as trilhas abertas, 40 anos antes por David W. Griffith (1975-1948) e Cecil B. de Mille (1881-1959), entre outros produtores-diretores. Em "O Rei dos Reis" (King Of Kings, 1961), o diretor Nicholas Ray procurou dar uma visão política a vida de Cristo, inclusive numa reabilitação de Judas Iscariotes (Rip Torn), visto como um nacionalista que acreditava no sacrifício de Cristo (Jeffrey Hunter) como um estopim capaz de provocar a rebelião dos judeus contra os invasores romanos. Realizado com excelentes cuidados artesanais, com sólido roteiro de Philip Yordan e fotografia de dois mestres (Franz Planer-Mil Krasner), "O Rei dos Reis" tem, ao menos, uma seqüência antológica: o sermão da Montanha. Já "Bem-Hur", rodado em 1959 em Roma, talvez tenha, sido a mais frustada experiência do competente Willian Wyller em materiais de superprodução, inferior mesmo a versão de 1926, estrelada por Ramon Novarro. Apesar disto, "Bem-hur" obteve mais de uma dezena de Oscars, entre as quais de melhor filme, melhor ator (Charlton Heston-foto", melhor coadjuvante (Hugh Griffith), melhor direção; direção de arte (Willian H. Horning-Edward Carfagno), fotografia (Robert surtees), trilha sonora (Miklos Rosza), montagem (Ralph Winters-John Dunning) etc.
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