Cinema
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 08 de janeiro de 1974
É meio chato a gente ficar reclamando dos problemas técnicos dos cinemas, pois pode até parecer má vontade com os amigos exibidores e, no final das contas, acabar prejudicando os humildes operadores, indicadores e mesmos gerentes de nossas casas - que afinal não são os únicos culpados. Mas é que considerando a boa qualidade de nossos cinemas - quase todas construções recentes feitas a partir dos anos 50 graças ao entusiasmo de empresários de visão - como Ismael Macedo (foto) Francisco Verde Martines Homero Oliva e Roberto Godoy, entre outros, que posteriormente venderam seus cinemas para o grupo Zonari e a Condor Filmes (cine Lido) - é lamentável que pequenos problemas técnicos, facilmente corrigíveis, prejudiquem as exibições dos filmes, irritando (com razão) o público que se dispõe a corajosamente trocar o conforto anestesiante de um programa de televisão por uma fita. Muitos aspectos poderiam ser lembrados, mas um em especial é o mais grave a péssima qualidade do som. Nem é preciso ser filme nacional para se perceber o desajuste da aparelhagem (ou a falta de atenção de quem o maneja), tornando praticamente inaudível a banda sonora. No caso do Excelsior, a situação está a exigir imediata atenção do jovem Aleixo Zonari, que assumiu o comando da empresa no Paraná: em várias sessões (dois exemplos, confirmados: domingo, 20 horas e quinta-feira, 20 horas), além da projeção fora de foco sobre impressão de luminosidade o som prejudicou em muito a audição da nervosa trilha sonora do magnífico "Encurralado".
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