Cinema
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 19 de janeiro de 1973
Falando sobre "La Terra Trema" (Teatro do Paiol, amanha as 20 horas, acompanhada de conferências do crítico Ronald Monteiro, da Cinemateca do MAM-(GB), seu realizador, Luchino Visconti, disse: "Sempre considerei os problemas da Itália meridional, como uma das principais fontes de inspiração de minha obra... Descobri isso por mim mesmo, através de uma revelação puramente literária, os romances de Vergas" Planejado como uma trilogia a Sicília em especial sobre os habitantes da Ilha de Aci Trezza, "La Terra Trema" em sua primeira parte - "O Episódio do mar", narra a história de Toni Velastro, pescador siciliano, explorado pelos patrões: Decidindo trabalhar por sua conta própria, hipoteca sua casa e adquire um barco. Mas após um começo favorável, uma tempestade destroi sai embarcação e, sem recursos, perde sua casa, sendo obrigado a retornar ao antigo emprego. Em seu segundo longa-metragem, Visconti pretendia fazer um documentário da realidade social italiana em 1947, em três histórias proletários contemporâneas que fariam "Temer" socialmente a terra: a revolta dos pescadores contra seus exploradores; a ação dos mineiros em ocupar uma mina abandonada e a reação dos camponeses sicilianos ante as pressões da Mafia. Entretanto, a obra ficou incompleta e Visconti desidiu do projeto, embora tenha voltado, em parte, ao tema, ao realizar em 1960, "Rocco e seus irmãos"- onde contou a história de uma família siciliana que deixa a sua aldeia e tenta a vida na grande cidade (Milão). Para o crítico espanhol Arnaldo Olivar Daydi "La Terra Trema" é uma obra-prima não só do neo-realismo, mas sim a fita mais ambiciosa e realizada em toda sua filmografia: "uma obra que conserva intacta sua atualidade e sua força, tanto temática como expressiva".
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