Cinema
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 23 de janeiro de 1973
Depois do ciclo dos filmes de Vittorio De Sica - o Festival do Cinema Italiano (Teatro do Paiol, 20 horas), apresenta agora três das mais obras expressivas de Roberto Rosseline, que divide com Luchino Visconti (de quem o público viu na semana, o mais maldito de seus filmes - >>Lá Terra Trama >>, 1948) a glória de ter sido o pioneiro do chamado cinema Neo-Realista. Filho de um conhecido arquiteto romano (cidade em que nasceu, em 1906), Rosselini abandonou seus estudos para dedicar-se ao cinema. Seus primeiros documentários revelaram já um interpretação poética e pessoal da realidade. Com o auxílio de Francesco de Robertins fez em 1941 seu primeiro filme importante, << La nave bianca >>, história de um navio-hospital da Cruz Vermelha no começo de guerra. Ali já antecipava características do Neo-Realismo, que eclodiria, entretanto, cinco anos depois, em << Roma, Cidade Aberta >>, palícua inspirada num fato real - o fuzilamento de um sacerdote romano pelos alemães - e que constitui, com todo o seu dramaticismo, uma palpitante crônica dos sofrimentos do país, da união de pessoas de todas as ideologias para construir um mundo novo sobre as ruínas do fascismo. A técnica de rodar em naturais e com mais estética com << Países >>, classificada por muito como a obra-piloto do Neorrealismo. Partis deste filme, Rosselini (foto) passou a ser reconhecido como um cineasta de visão aguda, objetividade de documentarista e uma profunda sensibilidade para captar as mais intimas ressonâncias de qulquer fato (segue).
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