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Aramis

Palco/ Som/ Imagem

BENIL Santos, compositor inspirado, ex-produtor da RGE, quando José Scatena dirigia aquela gravadora, hoje um dos empresários artísticos de maior visão em nosso País (foi o homem que bolou a solução dos "circuitos universitários") deve passar por Curitiba na próxima semana, de retorno de Laguna, onde tem comparecido semanalmente. É que o Laguna Tourist Hotel está investindo Cr$ 25 mil por semana na contratação dos maiores nomes da MPB, para Shows em fins-de-semana. * Benil trará a Curitiba ainda este mês, de 22 a 25, o grupo vocal MPB-4, para temporada no Paiol. De 15 a 18 de março, apresentará "Uma Noite com Chico Anísio" no auditório da Reitoria. E, nos próximos meses, muitas outras atrações musicais e teatrais: Paulinho da Viola, Nara Leão, Quinteto Violado, a peça "Dorotéia vai à guerra", entre outros. * Clóvis Levy já definiu o elenco da peça "Em Família", de Oduvaldo Viana Filho e Paulo Pontes, com a qual o Teatro de Comédia do Paraná ressuscita para suas temporadas pelo Interior, idealizadas a partir de 1966 pelo ex-superintendente do Guaíra, Otávio Ferreira do Amaral Filho. * Participação de "Em Família", Edson D'Avila, Guiomar Pimenta, Sensores França (como "Afonsinho"), Silene Mara, Lutero Almeida, Florisval Gomes e, numa volta das mais oportunas, Sílvia Chamecki, infelizmente há muito ausente dos palcos. * Zé Maria Santos, o mais profissional de nossos homens de teatro, já está montando o programa da peça "Fulano de Tal", de Manoel Carlos Karam, que estréia em março. Ao seu lado, apenas dois novos artistas: os irmãos Narciso e Denise Assumpção. * Zé Maria está também montando uma peça com os alunos da escola Técnica Federal do Paraná, onde vem ensinando noções básicas de teatro desde novembro do ano passado: "Auto da Compadecida", de Ariano Suassuna. Utilizando 16 alunos, o espetáculo está sendo ensalado com tranqüilidade, pois Zé quer apresentá-lo a um público bem mais amplo do que os quatro mil alunos da ETFP. * Palmas à Fundação Teatro Guaíra que ela merece! Louvável a iniciativa de trazer a Curitiba a professora Vilma Bulcetti Avellar, uma jovem (e bonita) carioca de curriculum ilustre (vide coluna "Gente", nesta edição), assistente da professora Glorinha Beutemuller, que passou três dias ensinando a alunos do Curso Permanente de Teatro a técnica de falar com clareza. * O Cine Flórida, (Rua Marechal Floriano), fechado há 60 dias, voltou a funcionar neste fim-de-semana, numa gentileza de seu novo proprietário, Egon Prim: a casa foi cedida, gratuitamente, para que o Festival do Cinema Italiano, não deixasse de apresentar "Julieta dos Espíritos" de Fellini e "O Deserto Vermelho" de Antonione (hoje e amanhã, 20 horas). As cópias destes dois filmes serão incineradas em breve e assim, esta foi a ultima oportunidade de se conhecer dois dos melhores momentos do cinema italiano nos anos 60. O Cine Flórida voltará a funcionar, normalmente, dentro de algumas semanas com o nome de Cine Imperador e uma programação ativa que Prim, como experiente homem de cinema, está "bolando" com atenção. * Ney Sant'Anna Pulido e P. L. Ochrym que fundaram a Soyuz Produções Cinematográficas (Rua Voluntários da Pátria, 475, 11o , Fone: 22-5492) foram obrigados a interromper as filmagens de "O Incidente": o financiamento da Embrafilmes ainda não foi liberado e agora estão tentando conseguir empréstimo de particulares. * Américo Lopes, um velhinho simpático e dono de extraordinária vitalidade, disputou ontem, com sua marcha "Jurema", o concurso de músicas de Carnaval promovido pelo homem de TV Mário Vendramel. Pioneiro da Praia de Ipanema e presidente do clube daquele balneário. Américo criou uma etiqueta ("Paranason") e patrocinou uma gravação da Banda da Polícia Militar do Paraná, com regência do maestro Acyr Tedeschi, apresentando as músicas "Jurema", "Seu tetéia no Sassarico", "Recordando Ipanema" e "Clotário Portugal". * A United Artists, que devido a briguinhas comerciais com o grupo Zonari (Fama Filmes) há mais de um ano não lança seus filmes em Curitiba, desistiu de sequer tentar trazer ao Brasil o filme "O Último Tango em Paris", de Bernardo Bertolucci. Até agora, um dos poucos curitibanos que assistiram ao famoso filme, foi o médico Edgard Barbosa Ribas, que várias vezes por dia tem sido intimado por amigos a contar o que acontece entre Marlon Brando e Maria Schneider nas cenas mais eróticas. Edgard viu o filme (por duas sessões seguidas) em Paris, em janeiro último. * No programa "Flash", que Sale Wolokita apresenta aos sábados pelo Canal 4, apresentou-se ontem um trio de compositores que ainda vai dar muito motivo para notícias. Formado pelos jovens Jean- Pierre e Paul Garfunkel, mais Paulo Zamikhowsky - os dois primeiros netos de Helena-Paul Garfunkel (era diretora da Aliança Francesa, ele um de nossos bons artistas plásticos) - o trio, que ainda não se definiu por um nome já tem mais de 200 composições, muitas gravadas por artistas de agrado popular "Ronie Von, Martinha, Vanusa, Os Caçulas) e tem feito uma série de programas na TV-Cultura, em São Paulo. Esta semana, provavelmente farão uma apresentação no Teatro do Paiol, mostrando o seu som & bossa. * No pequeno auditório do Guaíra, todos os sábados e domingos, uma peça infantil que merece ser prestigiada: "As Aventuras do Príncipe Zambar" de Ubiratan Lustosa e interpretada por Danilo Avelleda, à frente de um grupo de estreantes: Tereza Saraiva, Ailton Serpe, Lourival Jensen e Daniel Sobrinho. xxx Uma notícia para quem insiste em dizer que o profissional liberal que vai para o Interior, acaba se fossilizando, esquecendo-se dos problemas culturais: César Baiocchi, médico, escritor e empresário, um dos fundadores de São João do Caiuá e hoje radicado em Brasília, presidindo o grupo Inca, está agora preocupado com um grande projeto, "já saindo do papel para ser uma nova realidade" como registrou o "Jornal do Brasil": a Fundação Inca de Cultura". Depois de morar muitos anos no Paraná, Barocchi - que em São João do Caiuá fundou uma empresa agropecuária para administrar uma fazenda de café e gado - nos últimos sete anos, vive dimensionando os seus interesses entre Goiânia. Brasília, Belo Horizonte e Vitória, onde fundou sucursal de suas 18 empresas. Ao lado de suas atividades de empresário bem sucedido, César Baiocchi publicou três livros e tem outros tantos originais na gaveta de sua mansão em Brasília. xxx Mitiko Okazaki, que reassumiu há poucas semanas sua cadeira no Departamento de História da Universidade Federal, após curso de especialização em História Econômica da América Latina, nos Estados Unidos, está passando três dias por semana junto ao Arquivo Público de São Paulo, coletando dados maiores expertes no Paraná em desenvolvimento econômico latino-americano - escolheu o tema "A economia pastoral no Brasil Meridional" abrangendo o período de 1750/1850 e tratando do problema do abastecimento de gado para as feiras de Sorocaba. A tese será definida na Columbia University, em Nova York onde Mitiko estudou por dois anos. xxx O professor Homero Braga, chefe do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da UFP, está satisfeito: dentro de alguns dias será inaugurado oficialmente o Posto de Puericultura instalado em prédio anexo ao Hospital de Clinicas. Mas como nem as crianças, nem os estudantes podiam esperar pela solenidade, desde 15 de janeiro já está funcionando, com três salas de atendimento, serviço de vacinação e lactário, devendo brevemente começar o serviço de cozinha dietética, para ensinamento às mães. Alias, outro motivo de satisfação para o professor Braga - um dos mestres mais estimados de nossa Universidade - foi a aprovação novamente este ano, de todos os médicos que acabam de concluir a residência no seu Departamento, no rigoroso exame a que a Sociedade Brasileira de Pediatria submete os candidatos ao título de especialista em Pediatria. xxx Por onde andará o fabricante das balas Zequinhas? Perguntada o jornalista Adherbal Fortes de Sá Júnior, na "Louvação de Curitiba", com a qual encerrava o espetáculo "Cidade Sem Portas", que por sinal dia 29 de março estréia para nova temporada no Paiol. A pergunta de Adherbal teve uma resposta com uma reportagem, duas semanas atras, sobre a famosa fábrica de doces que, durante quatro décadas (1920/1960) parte do encanto infantil de várias gerações de curitibanos. O assunto deverá merecer um trabalho prático de um grupo de estudantes de comunicação da Federal, que fará uma pesquisa inédita: as chamadas "figurinhas de coleção", distribuídas em balas e doces, como uma forma de comunicação junto ao público infantil. A fábrica das Balas Zequinha foi fundada na década de 20, por quatro irmãos poloneses, Francisco, João, Antônio e Eduardo Sobania, posteriormente vendida aos irmãos Francheschi e, finalmente, à partir de 1955, a Elisio Gabardo e Plácido Massochetto, este ainda vivo, com 75 anos. Apesar da venda da fábrica o personagem Zequinha manteve-se inalterado com seus desenhos primitivos, seus números "difíceis" (200, com Zequinha distribuindo"), todo seu encanto. Por isto, a pesquisa que os estudantes de comunicação planejam deverá ser da mais interessante. Aliás, outras fábricas de balas tentaram também lançar personagens, mas nenhum conseguiu o incorporado ao vocabulário prestígio do Zequinha, hoje paranaense, com sinônimo do sujeito que pretende desenvolver múltiplas atividades. LEGENDA FOTO 1 - Américo, "Jurema" carnavalesca..
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
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Tablóide
6
18/02/1973

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