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Aramis

Palco/Som/Imagem

Luiz Gonzaga, o bom "Lua" que há mais de 30 anos tornou-se nome dos mais respeitáveis e populares de nossa MPB, não vinha há muitos anos em Curitiba, mas seu prestigio so cresceu - principalmente junto aos jovens, após sua revalorização pelo grupo baiano (Gal-Gil-Cae): sua apresentação na noite de 29 na concha acústica da Praça Afonso Botelho, levou mais de 5 mil pessoas aquele local. Sob auspicio de Rubens Teig, das Lojas Universal, e numa promoção da Prefeitura, o "Rei do Baião" ofereceu a cidade um belo espetáculo popular. *"Eu deixei a RCA Victor porque lá era apenas um santoneiro: na Odeon - como mostra o meu novo disco - eles souberam valorizar o trabalho que faço", explicou Gonzaga, satisfeito com o resultado que conseguiu em seu novo álbum, o 31. O longa duração que faz. Explicando seu apelido carinhoso, diz: "E" por causa de meu rosto redondo: quando rio lembro uma Lua Cheia". *E os Beatles? Por que não gravaram "Asa Branca"? "Foi apenas uma questão de tempo: quando preparavam-se para fazer a gravação aconteceu o rompimento do conjunto e quem perdeu foram des... e eu, é claro". *Benil Santos, hoje o empresário mais organizados do Brasil e que talvez amanhã passe novamente pela cidade, fornecendo alguns dados que mostram porque os maiores nomes da vida artística brasileira não sentem muita atração pela praça de Curitiba: enquanto Chico Anísio faturou pouco mais de Cr$ 350mil em 4 apresentações na Reitoria no último fim-de-semana, em Belo Horizonte, levantou quase Cr$ 80 mil. Já o "show" de Chico Buarque e Nara Leão, no Tuca, em São Paulo, rendeu Cr$ 200 mil enquanto Vinícius e Toquinho voltaram de Recife com mais de Cr$ 150 mil Apesar da praça de Curitiba não oferecer possibilidades de nem 40% desta receita, Benil vai trazer Vinícius e toquinho no final do mês e se Luiz Antônio Vieira e Lincoln Tiago Tarquinio, do Clube Curitibano, se animarem, também Nara Leão e paulinho da Viola. *Carlinhos Lyra saiu de Curitiba tão entusiasmado, que já marcou os dias 12 e 13 de maio, tão logo retorne dos Estados Unidos, para mais duas apresentações no auditório da Reitória. *Das mais felizes a escolha de José Carlos Propensa para dirigir o Teatro da Universidade Federal do Paraná. Competente, profissional, com formação superior (Escola de Arte Dramática, São Paulo, 1963) e - o que é importante - totalmente afastado das igrejinhas, fofocas e serva de intrigas de parte de nosso meio artístico. Proença era um dos poucos nomes capazes de desenvolver um trabalho sadio, serio e produtivo junto á Universidade Federal. *Tendo dirigido e criado cenários para mais de 30 peças em São Paulo e com excelente relacionamento nos circuitos artísticos do Rio e São Paulo, Proença já está trabalhando: dependendo apenas de alguns detalhes, pensa em montar "O Mambembe" de Arthur Azevedo, num espetáculo que contará inclusive com a participação de Orquestra Sinfônica da UFP. Amanhã, inicia os testes para seleção do elenco. *Com o prestigiamento de autoridade como o general Aírton Tourinho comandante da 5.a Região Militar, secretario Roberto Linhares de Lacerda, da Educação e Cultura; prefeito Jaime Lerner, entre outros "Cidade Sem Portas" teve sua reentré na quinta-feira, no Paiol, para mais uma temporada de 30 dias. *Considerando o melhor espetáculo encenado no ano passado, tendo registrado uma freqüência de mais de 30 mil espectadores, "Cidade sem Portas" deverá ter uma temporada de casa lotada: colégios, associação de classe e mesmo grupos estão fazendo reservas de sessões por antecipação. *Nesta temporada, uma modificação: um novo palco foi construído para o Opus 4 e os músicos Alaor (flauta), João Chiminazzo (bateria) e Boião (contrabaixo), que garantem a execução da trilha sonora. E o compacto duplo com os 4 principais temas que Paulinho Vitola compõs, primeira das edições Paiol/Fundação Cultural de Curitiba, já está a venda, exclusivamente no hall de entrada do Paiol. *Um dos merecidos destaques do espetáculo: Hellô Chiminazzo, redatora de publicidade e que sem nunca antes ter pisado num palco, revelou extraordinário versatilidade, não só como atriz mas também como cantora. Ela é esposa do Joãozinho , contato da múltipla e baterista que integrou o Sam Jazz, quando o grupo de Hilton Alice ainda era um trio (com Norton Morozowicz no contrabaixo e flauta) e preferia executar jazz e MPB ao invés de ié-ié-ié. *Parece que as companhias cariocas estão descobrindo o teatro infantil, para levar aos Estados, como uma solução econômica: após "Aladim e a Lâmpada Maravilhosa", que um grupo pouco conhecido está apresentando no Guaíra, um elenco que vem em meio - e do qual o nome mais importante é da ex-vedete Iriz Bruzzi - para encenar "O Cordão Umbelical" de Mário Prata também pretende apresentar um espetáculo infantil, em sessões vésperas. * Enquanto aguarda vaga para apresentar no Guaíra "Aventuras de um Diabo", de Maria Helena Kuhner, Alberto Centurião fez planos de montar, para viajar ao Interior, o monologo "Um Uísque para o Rei Saul" de Cesar Vieira, que foi um dos bons trabalhos de Glauce Rocha. E` claroque para interpretar o monologo, Centurião vai colocar a sua noiva Ivone Prado. *Celso Batista, 53 anos, um parnanguara que na década de 40 estudou canto lírico com Rene de Persis e chegou a ser elogiado como tenor, está começando a aparecer agora como seresteiro com excelente repertório. Júnior com o regional de Janguito do Rosário, planeja uma série de apresentações em praça, destinada a mostrar para os jovens a beleza de nossa musica dos anos 20-40. *José Maria Santos, que até o próximo domingo (dia 8) continuara apresentando no pequeno auditório do Guaíra a peça "Fulano de Tal" de Manoel Carlos Karam, marcou a estréia em Florianópolis (dia 12-4) e tem telefonada bastante a São Paulo e Guanabara, para tentar conseguir um teatro e levar o espetáculo que montou e onde estão duas revelações: os irmãos Narciso e Denise Assumpção. *O grupo Zobari aumentando sua rede de cineasta: dia 22 de março, e, Porto Alegre, inaugurou o Cine Center, e, Curitiba, Arnaldo Zonari tem dois grandes projetos para 1973: a inauguração do novo Palácio (que bem poderia se chamar de Fênix) e a transformação de uma de suas casas ociosas (Marabá, Excelsior, Glória) no Cinema-1 , associado ao grupo do crítico Alberto Shatovisky, que provou o quanto pode render uma programação inteligente. *E Pepe Martinez conseguiu o que a maioria dos grandes exibidores brasileiros até hoje não havia obtido: vencer a resistência do bom amigo Homero Oliva e adquirir o seu cine Lido, agora integrado a cadeia da Condor Filmes. Mas não será surpresa se no futuro. Homero aproveitar um dos muitos imóveis que possui no centro e fazer um novo cinema. Felizmente. Zito Alves - o mais eficiente dos administradores de (") do Paraná - continua na direção do Lido, casa inaugurada em 1959 e com um doa melhores faturamentos da cidade *A Scabi e a Pró-Música, que nem sempre concordam em questões musicais, deram as mãos para promover o concerto do pianista Marco Antônio de Almeida de Londrina, na próxima quinta-feira, no auditório da Reitoria. O menino venceu o Concurso Estadual de Piano, que Edilson Costa organizou no ano passado e atualmente é discípulo de Gilberto Tinetti. *Para quem sabe valorizar os anos de ouro da comedia americana, quantos programas excelentes: hoje e amanhã, no Paiol, em prosseguimento a mostra Tesouro da Cine Teca Francesa, as comedias "Marinheiro Por encomenda" (Steamboat Bill Jr>). "O Homem das Novidades" (The Cameraman) e "Amopres de estudantes" (College) realizadas entre 1927-28, com Buster Keaton No Avenida. "Quatro Palhaços", onde afora Keaton, temos Laurei & Hardy (O Gordo e o Magro) e Charley Chase.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
1
01/03/1973

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