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Aramis

Cinema

Um clássico do Neo-Realismo, "Ladrões de Bicicletas" (Teatro do Paiol, hoje às 17 horas e amanhã às 22 horas), permanece como um dos momentos mais altos da filmográfia de Vittorio de Sica. A história de "Ladri di biciclete" e simples. Ma da mais humana: em Roma um operário desempregado (Lamberto Maggiorani-foto) consegue um emprego para o qual exige-se possuir uma bicicleta. Começa a trabalhar como colador de cartazes e quando está pregando num muro o cartaz do filme "Gilda" 1946, de Charles Vidor,, com Gleann Ford-Rita Hayworth) roubam sua bicicleta. O filme é a história da procura da bicicleta até que, ao entender que era praticamente impossível recuperá-lo, o operário decide também roubar uma bicicleta para não perder o seu emprego, entretanto tentar roubar o veículo na frente de um estádio é preso e recriminado ante seu filho (Enzo Staiola), o que o havia acompanhado em sua longa procura. O crítico Cesar Santos Fontenia, na "Enciclopédia Ilustrada del Cine" (Madri, 1969), acentuou que "a margem dos reparos que, desde a perspectiva de 20 anos depois, que possam fazer hoje ao neo-realismo como movimento excessivamente romântico, sentimental e individualista, não há dúvida de que "Ladrões de Bicicletas" deve figurar, entre as obras-primas e que sua influência no cine mundial foi importantíssima durante anos. A desdramatização do tema, os atores Anônimos e os cenários naturais, a colocação dos personagens em um contexto social determinado foram elementos que fizeram desta obra permanecer com rara beleza e atualidade. Hoje, às 20 horas, no Paiol, teremos a conferência do crítico Ronald Monteiro do "Jornal do Brasil", sobre cinema neo-realismo , acompanhado de projeção de trechos de "La Terra rema", de Luchino Visconti.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Nenhum
1
20/01/1973

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