Gente
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 23 de janeiro de 1973
Até 1970, musica eruditas era para nossas gravadoras sinônimo de prejuízo. Mantendo algumas raras edições de discos clássicos em catalogo apenas por uma questão de << prestigio >>, os nossos record-men não acreditavam que o brasileiro gostasse de música erudita, fosse capaz de comprar alguns com orquestras e solistas de renome mundial. Formava-se eterno circulo vicioso: não tinha compradores porque não se formava uma público. Um intelectual de 43 anos há mais de 20 no Brasil, durante 5 anos diretor da Rádio Globo, posteriormente, por idêntico período na Rádio Jornal do Brasil, decidiu provar há 3 anos que o brasileiro não tem medo de musica clássica. E assim, com apoio de seu amigo André Midani, o big boss da Phonogram, ele lançou o projeto Beethoven, uma coleção de 40 lps com as peças mais importantes do compositor alemão no ano em que se comemorava o bi centenário de seu nascimento. Suces, so absoluto, edição esgotada> Em 1971, ampliadas edições - uma média de cinco clássicos por mês e, no ano passado, arrancada definitiva: projeto Mozart, mas 100 outros álbuns e resultados dos mais auspiclosos: 215 mil lps vendidos, << mais do que todas as gravadoras juntas haviam vendido em música clássica até então >>. NMAURÍCIO QUADRIO, um italo-brasileiro simpático e bem falante, homem de rara cultura, não considera milagre o que fez. Apenas o oferecimento para um público básico de um maior número de opções Apesar disto, Maurício - escolhido a personalidade tofográfica de 72 - é ainda realista:
- "Acredito que o público de clássicos no Brasil só aumenta consideravelmente quando houver um interesse maior por parte dos interessados pela cultura na sua divulgação >>.
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